Newsletter Boletim informativo Events Eventos Podcasts Vídeos Africanews
Loader
Encontra-nos
Publicidade

Birmânia prende 4 polícias por agressões a cidadãos roynga (veja o vídeo)

Birmânia prende 4 polícias por agressões a cidadãos roynga (veja o vídeo)
Direitos de autor 
De Euronews
Publicado a
Partilhe esta notícia Comentários
Partilhe esta notícia Close Button
Copiar/colar o link embed do vídeo: Copy to clipboard Copied

O caso ocorreu a 5 de novembro e as imagens foram divulgadas após o envio para a ONU de uma carta assinada por 15 prémios Nobel da Paz a pedir proteção desta minoria muçulmana.

PUBLICIDADE

As autoridades da Birmânia (Myanmar) detiveram quatro polícias relacionados com um vídeo divulgado durante o fim de semana (e que pode ser visto na íntegra mais abaixo), no qual são revelados os maus tratos infligidos por agentes das forças de segurança a cidadãos pertencentes à minoria muçulmana roynga.

O gabinete da assessora do Estado Birmanês, cargo desempenhado pela Nobel da Paz Aung San Su Kyi, afirmou em comunicado que a investigação também abrangeu outros elementos dos corpos de segurança implicados nestas violações de direitos humanos.

Os detidos são o autor do vídeo, Zaw Myo Htike, o chefe da brigada policial fronteiriça número 2, comandante Htun Naing, e os seus subalternos Tay Zar Lin e Pyae Phyo Thwin, segundo o media birmanês Irrawaddy.

OfficialSuuKyi</a> calls this "rule of law". I call this part of <a href="https://twitter.com/hashtag/Myanmar?src=hash">#Myanmar</a> <a href="https://twitter.com/hashtag/Rohingya?src=hash">#Rohingya</a> genocide. <a href="https://t.co/orN7sJh83t">https://t.co/orN7sJh83t</a> <a href="https://twitter.com/nslwin">nslwin tunkhin80</a></p>&mdash; maung zarni (drzarni) 1 de janeiro de 2017

A gravação de Zaw Myo Htike com o telefone móvel regista uma fração da operação de segurança levada a cabo a 05 de novembro na aldeia Koe Tan Kaui, no estado de Rakain, no oeste da Birmânia.

A versão oficial é que a polícia recebeu a indicação de que se escondiam naquela localidade seis pessoas do grupo que matou um agente e feriu outro no ataque ao posto policial Nurula, também em Rakain.

Govt to take action against police filmed beating villagers in Rakhine State last month | #Myanmar #Rohingya https://t.co/bUnTKia3By pic.twitter.com/B2LqfJFA10

— The Myanmar Times (@TheMyanmarTimes) 2 de janeiro de 2017

O dispositivo composto por elementos da brigada policial fronteiriça número 2 e a brigada 36 das forças de segurança levou para as ruas os habitantes de Koe Tan Kaui, colocou-os em filas, interrogou-os, agrediu-os e humilhou-os, e depois de revistar o local, deteve três suspeitos.

Na gravação vista pela agência Efe, que dura apenas 1,47 minutos, aparecem pontapés, bofetadas e bastonadas, e os intervenientes na operação estão conscientes da gravação.

Grupos da oposição birmanesa acreditam que a atuação policial não foi para descobrir agressores, mas sim para castigar os habitantes de Koe Tan kaui por terem falado mal dos corpos de segurança durante uma investigação sobre a situação dos roynga.

Um porta-voz do governo, Zaw Htay, declarou à imprensa que repetiram à polícia e ao exército em numerosas ocasiões a importância de terem cuidado em cada ação que empreendem e de respeitarem os direitos humanos.

O polémico vídeo surge uns dias depois de vários prémios Nobel da Paz dirigirem uma carta à ONU para pedirem a intervenção do organismo multilateral em Rakain, em defesa dos roynga e evitar o que “parece ser uma limpeza étnica”.

15-Nobel laureates wrote an open letter to UNSecurityCouncil 2 immediately intervene 2 STOP Persecution of #Rohingyahttps://t.co/aJPkdLEZcC pic.twitter.com/wRLjcrKBVA

— EU ROHINGYA COUNCIL (@the_erc) 29 de dezembro de 2016

Nobel laureates urge UN to step in on Rohingya issue https://t.co/v9hyA4M03D via DhakaTribune</a> <a href="https://twitter.com/Yunus_Centre">Yunus_Centre secgen</a> <a href="https://twitter.com/hashtag/peace?src=hash">#peace</a> <a href="https://twitter.com/hashtag/rohingya?src=hash">#rohingya</a></p>&mdash; Ziauddin Yousafzai (ZiauddinY) 29 de dezembro de 2016

Os Nobel, entre os quais Malala Yousafzai, Desmond Tutu e José Ramos-Horta, também criticam a colega Suu Kyi, a chefe de facto do governo birmanês, por não proteger os roynga, nem reconhecer-lhes a nacionalidade.

As autoridades birmanesas tratam os elementos desta etnia como imigrantes bengaleses e impõem-lhes múltiplas limitações, incluindo a restrição de movimentos.

No vizinho Bangladesh, país de origem dos roynga, esta minoria também é tratada como estrangeira.

Texto: Lusa (AH)
Edição: Francisco Marques

Ir para os atalhos de acessibilidade
Partilhe esta notícia Comentários

Notícias relacionadas

Junta militar de Myanmar liberta mais de 4.500 prisioneiros, incluindo 22 presos políticos

Myanmar põe fim ao estado de emergência antes das eleições de dezembro

Antigo agente condenado a quase três anos de prisão no caso da morte de Breonna Taylor