EUA: Juíza bloqueia decreto presidencial que proíbe entrada de cidadãos de países muçulmanos e imigrantes

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De  Nelson Pereira
EUA: Juíza bloqueia decreto presidencial que proíbe entrada de cidadãos de países muçulmanos e imigrantes

Cerca de cinco centenas de pessoas protestaram este sábado no aeroporto internacional John F. Kennedy, em Nova Iorque, contra a ordem executiva do presidente Donald Trump, que proíbe a entrada nos Estados Unidos aos cidadãos de sete países muçulmanos (Síria, Iraque, Irão, Sudão, Líbia, Somália e Iémen).

As pessoas que estavam já em viagem quando a lei entrou em vigor foram detidas à chegada aos aeroportos. É o caso de dois cidadãos iraquianos. Um deles tinha trabalhado como tradutor para o exército norte-americano.

“Eu apoio o governo dos Estados Unidos do outro lado do mundo e não me deixam entrar no país, tratam-me como um criminoso, como se tivesse infringido a lei”, disse Hameed Khalid Darweesh à saída do aeroporto.

Entretanto uma juíza federal de Brooklyn bloqueou parte da ordem executiva assinada pelo presidente na sexta-feira. A suspensão da execução da lei foi emitida no sábado à noite e impede temporariamente que as pessoas que chegam a aeroportos dos Estados Unidos com visto válido sejam deportadas.

A decisão da juíza Ann Donnelly, do Distrito Judicial Oriental de Nova York, anula temporariamente a ordem executiva do presidente que proibia a entrada dos cidadãos muçulmanos, assim como a suspensão do programa de acolhimento de refugiados sírios.

Donald Trump assinou na sexta-feira uma ordem executiva que suspende durante 120 dias o programa de asilo e por 90 dias a entrada de cidadãos originários do Iraque, Síria, Irão, Líbia, Somália, Sudão e Iémen.

O mesmo decreto prevê a proibição indefinida de entrada de refugiados sírios.

Trump reduziu ainda o número de refugiados que os EUA previam receber em 2017 de 110 mil para 50 mil.

Entre 1 de outubro de 2015 e 30 de setembro de 2016, os Estados Unidos da América acolheram 84.994 refugiados de várias nacionalidades, incluindo cerca de dez mil sírios.