A primeira-ministra britânica reafirmou a vontade de, “estabelecer uma relação forte com a administração Trump”, em resposta a uma petição com mais de um milhão de assinaturas no “site” da Câmara dos…
A primeira-ministra britânica reafirmou a vontade de, “estabelecer uma relação forte com a administração Trump”, em resposta a uma petição com mais de um milhão de assinaturas no “site” da Câmara dos Comuns.
O documento, que exige que Theresa May suspenda o convite a Donald Trump para uma visita oficial ao Reino Unido, recolheu, nos últimos dias, centenas de milhares de assinaturas após os polémicos decretos do novo presidente norte-americano.
Face à polémica crescente sobre as medidas anti-imigração, o governo britânico garantiu, esta segunda-feira, no parlamento, que não vai suspender a visita nem seguir a política migratória de Trump.
“Trata-se de uma política bastante polémica que causa bastante desconforto e, repito, não representa a mesma perspetiva deste governo… mas deixem-me concluir lembrando a importância vital da aliança do nosso país com os Estados Unidos”, rematou o responsável da diplomacia britânica, Boris Johnson.
A oposição trabalhista não poupou críticas ao governo, tendo organizado uma nova petição para que Trump seja proibido de discursar nas duas câmaras do parlamento britânico.
Para a deputada trabalhista e “ministra sombra” dos Negócios Estrangeiros, Emily Thornberry:
“Quando se trata de direitos humanos, de direitos das mulheres, de tortura e do tratamento das minorias, o presidente Trump encontra-se numa escalada bastante perigosa. E quando tal acontece necessitamos de uma primeira-ministra que esteja preparada para dizer-lhe ‘basta’ em vez de dar-lhe a mão e a sua assistência em silêncio”.
Para o decano da bancada trabalhista, Dennis Skinner, Trump não pode discursar na mesma tribuna onde Nelson Mandela se dirigiu aos deputados:
“Faça algo decente e proíba esta visita. Este homem não está à altura de Mandela”.
Os deputados britânicos estão agora obrigados a debater o tema, uma vez que a petição na internet já superou o patamar das 100 mil assinaturas.
Trata-se do segundo documento mais votado de sempre, depois de uma petição para convocar um segundo referendo ao “Brexit” ter reunido o apoio de mais de 4 milhões de britânicos.