Assassinatos e violações em massa de gente Rohingya, comunidade muçulmana do Myanmar, país de maioria budista.
Assassinatos e violações em massa de gente Rohingya, comunidade muçulmana do Myanmar, país de maioria budista.
Publicado esta sexta-feira, o relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos é claro: os crimes cometidos pelas forças armadas do Myanmar são crimes contra a humanidade e são possivelmente “limpeza étnica”.
“As operações militares resultaram em centenas de mortos”, refere o documento em referência à resposta aos ataques a bases militares em outubro por grupos rebeldes.
O governo do Myanmar, liderado pelo prémio Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi, nega as acusações.
O relatório baseia os dados em entrevistas a mais de 204 refugiados Rohingya, entre os milhares que fugiram para o Bangladeche.
A ONU estima-se que 66 mil pessoas procuraram refúgio no país vizinho e mais 22 mil deslocaram-se para outras regiões do Myanmar.
Por outro lado, o Bangladeche decidiu avançar com um controverso plano de contingência. Está a enviar os refugiados para a ilha inabitada de Thengar Char no Golfo de Bengala.
Os refugiados terão que conviver com lama, ciclones e piratas e também com a rejeição das populações mais próximas, como as de Might Bangha.
“Estamos receosos de que o íntimo do povo Rohingya não é bom. Há um registo de um grande envolvimento em drogas e contrabando. Por isso, se forem movidos para este lugar, juntamente com os piratas, nós vamos ter grandes problemas”, diz o líder local, Mohammad Mizanur Rahman.
Sem pátria e marginalizados, os Rohingya vivem na precariedade há anos.
O governo da Malásia, com o apoio de grupos muçulmanos, enviou para o Myanmar mantimentos de emergência para ajudar a povo Rohingya.