Protestos antigoverno em Bagdade: sete mortos e centenas de feridos

Protestos antigoverno em Bagdade: sete mortos e centenas de feridos
De  Francisco Marques

Apoiantes do líder xiita da oposição, Moqdata al-Sadr, concentraram-se para exigir a reforma do governo e o fim da corrupção, mas a tentativa de invadir a "zona verde" acabou mal.

Pelo menos sete pessoas morreram, incluindo um agente de autoridade, e centenas resultaram feridas após uma manifestação antigoverno de apoiantes do clérigo xiita Moqtada Al-Sadr ter degenerado, na capital do Iraque, em confrontos violentos com a polícia.

Exibindo bandeiras iraquianas, os manifestantes tentaram invadir a chamada “zona verde” de Bagdade, o perímetro de segurança onde se situa o governo, o parlamento e algumas embaixadas ocidentais. A polícia respondeu com gás lacrimogéneo e tiros para o ar.

Relatos oriundos do local por diversos meios de comunicação garantem haver mais vítimas mortais além do polícia referido incialmente por uma fonte do Ministério do Interior iraquiano. Citado pela Al-Arabya, o autarca de Bagdade terá feito um balanço de pelo menos cinco mortos e mais de 300 feridos.

A agência AFP citou uma fonte policial e atualizou o balanço de mortos para pelo menos sete pessoas.

Um dos apoiantes de Al-Sadr explica que a manifestação em curso exige “uma mudança de governo”. “Queremos pessoas patriotas para substituírem o atual executivo e começarem a reconstruir o Iraque. As eleições foram manipuladas e a uma farsa. A cada quatro anos, são sempre os mesmos corruptos. Queremos pessoas honestas”, afirma este opositor do governo do também xiita Haider Al-Abadi.

O primeiro-ministro apelou aos manifestantes para dispersarem e assumiu “a responsabilidade” pela resposta das autoridades à tentativa de invasão da “zona verde” de segurança.

À margem destes protestos, o primeiro-ministro do Iraque falou sexta-feira pela primeira vez com o novo Presidente dos Estados Unidos.

Pelo telefone, Haider al-Abadi e Donald Trump abordaram a diferente relação de ambos com o Irão, mas o chefe do Governo iraquiano manifestou ao líder norte-americano a intenção de se manter afastado da tensão crescente entre Washington e Teerão.

Pelo lado de Washington, a representação diplomática em Bagdade revelou ter sido abordado o apoio norte-americano ao Iraque na luta contra o grupo terrorista autoproclamado Estado Islâmico (ISIL/ “Daesh”) e reafirmado o compromisso de parceria no quadro estratégico acordado entre ambos os governos.

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