Indicado pela coligação governamental liderada por Angela Merkel, o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros recolheu 931 dos 1260 votos em disputa.
Frank-Walter Steinmeier foi confirmado este domingo, 12 de fevereiro, como novo Presidente da Alemanha. A eleição decorreu numa Assembleia Federal extraordinária realizada no Bundestag, a câmara baixa do parlamento federal, e prevista na Constituição germânica.
''I accept, with pleasure.''#Steinmeier#Bundespräsidenten#bpw17pic.twitter.com/FMxn9j00uq
— dwnews (@dwnews) 12 de fevereiro de 2017
Steinmeier, de 61 anos, foi indicado pela coligação governamental liderada por Angela Merkel (CDU/ CSU/ SPD) e não teve grande oposição dos restantes quatro candidatos na corrida ao lugar de chefe de Estado. O triunfo valeu-lhe receber incluive um ramo de flores das mãos da chanceler.
A votação decorreu com a presença de todos os 630 membros do Bundestag e um número igual de representantes dos 16 estados da Alemanha, num total de 1260 integrantes, com os representantes regionais a representarem de forma proporcional os habitantes de cada estado.
#Steinmeier is #Germany President: he will continue to be a source of inspiration and a voice of wisdom for many in Europe and the world
— Federica Mogherini (@FedericaMog) 12 de fevereiro de 2017
A eleição do Presidente é feita por voto secreto, sem debate prévio e exige maioria absoluta até uma eventual terceira volta, em que basta maioria simples para garantir o triunfo de um candidato. Steinmeier recolheu a preferência de 931 dos votantes.
Steinmeier é visto como a cara da recente política externa da Alemanha e um confesso opositor de Donald Trump em algumas das políticas já defendidas pelo agora homólogo norte-americano, nomeadamente a defesa de métodos de tortura para suspeitos de atos de terrorismo e a ameaça de fazer cair o acordo nuclear com o Irão.
“Let us be courageous.”
Former Foreign Minister Frank-Walter #Steinmeier is #Germany's new President https://t.co/CNJJpDqL41
— Lotte Leicht (@LotteLeicht1) 12 de fevereiro de 2017
O agora ex-ministro dos Negócios Estrangeiros sucede na presidência da Alemanha ao independente Joackim Gäuck, de 77 anos, um chefe de Estado que se assumiu e esquerda e conservador e que, por exemplo, boicotou as olimpíadas de inverno em Sochi, há três anos, em protesto contra a alegada violação de direitos humanos pela Rússia.
Antes da Assembleia Federal extraordinária, decorreu o já tradicional serviço religioso que antecede sempre a eleição de um novo Presidente na Alemanha. As mais altas figuras da política alemã estiveram presentes, incluindo o Presidente cessante, o que viria a ser eleito, a chanceler e Martin Schulz, o até há pouco Presidente do Parlamento Europeu e principal rival de Angela Merkel nas legislativas alemãs marcadas para setembro.