Sobre a questão do direito a morrer, em caso de doença terminal, a euronews falou com Filomena Gallo, Secretária da associação Luca Coscioni, ligada ao Partido Radical italiano, sobre a lei que contin
Sobre a questão do direito a morrer, em caso de doença terminal, a euronews falou com Filomena Gallo, Secretária da associação Luca Coscioni, ligada ao Partido Radical italiano, sobre a lei que continua por aprovar pelo parlamento.
Euronews:
Em que ponto estamos no que diz respeito à nova lei sobre a matéria?
Filomena Gallo:
A lei sobre o direito a escolher se se quer viver ou não, em situações terminais, deveria ser discutida hoje, no parlamento, houve outro adiamento de uma semana, ficou para o início de março, a lei será discutida na Câmara dos Deputados.
Euronews:
Porquê o adiamento? Porque é que ainda não se avançou?
Filomena Gallo:
Infelizmente, penso que há uma falta de vontade política para dar a Itália uma lei que respeite a vontade dos cidadãos e as suas diretivas no que diz respeito à sua saúde. Na maioria dos casos cabe ao juiz decidir a suspensão dos cuidados e a sedação de um paciente.
Euronews:
Como é que vai defender Marco Cappato, que disse que se entregará caso seja acusado de cumplicidade num suicídio?
Filomena Gallo:
Ele arrisca 12 anos de prisão. Será desobediência civil. Ele será defendido de todas as maneiras possíveis, mas trata-se de uma mensagem para o Parlamento. Os cidadãos italianos, segundo várias sondagens, estão mais avançados do que a vontade política do Parlamento, que prefere lavar as mãos e não abordar estas questões.
Euronews:
Quem são os responsáveis por estes adiamentos?
Filomena Gallo:
Não podemos ignorar que o nosso país é católico e o Vaticano está localizado em Itália. Ainda que, segundo a Constituição, Itália seja um país secular.
Fazemos um apelo para que se estabeleça o secularismo no nosso país, que sejam respeitadas as liberdades e que, mais do que nunca, qualquer paciente não seja obrigado a ir ao estrangeiro para fazer a sua escolha, dizendo: “eu quero adormecer sem sofrimento”. Eu acho que, hoje, os deputados italianos deveriam ter um sentimento de culpa por ter adiado questões tão importantes.