Washington e Moscovo: Uma história de pirataria informática

Washington e Moscovo: Uma história de pirataria informática
Direitos de autor 
De  Beatriz Beiras
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

A suposta ingerência de Moscovo nas presidenciais dos Estados Unidos de 2016 já deixou marcas na atual administração Trump.

PUBLICIDADE

Com António Oliveira e Silva e Sérgio Almeida

Foi no início do mês de janeiro que 35 diplomatas russos, acompanhados pelas respetivas famílias, foram expulsos de território dos Estados Unidos.

Washington acusou os membros da embaixada russa de espionagem e de ingerência nas eleições presidenciais de novembro, a favor do candidato Republicano, que viria a ser eleito, Donald Trump.

Acusações feitas pela então admninistração Obama, que seguiam a linha da candidata Democrata, Hillary Clinton.

Clinton denunciara, em setembro de 2016, cerca de dois meses das eleições, interferências externas nos sistemas de comunicações do Partido Democrata e que acreditava que a Rússia era a responsável pelas interferências.

Na altura, a candidata Democrata disse estar “realmente preocupada com as investigações, que são credíveis, sobre a ingerência do Governo russo nas (…) eleições” e que o facto de que os serviços secretos levassem o assunto a sério levantava sérias questões acerca de uma ingerência de Moscovo nas eleições dos EUA.

Em outubro, um mês depois da denuncia de Clinton, os serviços secretos dos Estados Unidos dizem ter a certeza de que piratas informáticos russos enviaram correios eletrónicos do Partido Democrata ao site Wikileaks, que não tardou em publicá-los.

NEW: 299 pages of FBI's email investigation into Hillary Clinton (PDF) https://t.co/Lh0Cxjgx5d

— WikiLeaks (@wikileaks) January 9, 2017

Mas as acusações foram rejeitadas pelo presidente russo, Vladimir Putin, que chegou a rir-se da possibilidade de Moscovo ter algum interesse em influenciar eleições nos Estados Unidos. Putin perguntou mesmo se alguém acreditava que a Rússia tinha a vontade e a capacidade de influenciar resultados de eleições no país como os EUA, que não eram, “a não ser que estivesse enganado” uma “república das bananas”. Ainda assim, as investigações seguiram o seu curso.

Em janeiro último, James Clapper, diretor dos serviços secretos dos Estados Unidos confirmou, na Comissão do Senado para as Forças Armadas dos EUA, o temor de Clinton: A Rússia tinha “realmente assumido” o que definiu como “uma postura de ataque cibernético ainda mais agressiva”, com “operações de espionagem” que incluiam a “divulgação de dados roubados” e com “ataques a sistemas críticos de infraestuturas”.

Em fevereiro, o caso cobra uma vítima na administração Trump.

Michael Flynn, conselheiro para a Segurança Nacional recentemente nomeado por Donald Trump, é obrigado a pedir demissão depois de terem sido reveladas conversas que manteve com o Embaixador russo em Washington, sobre um possível levantamento das sanções à Rússia.

Barack Obama era ainda presidente quando os encontros tiveram lugar. Além disso, Flynn teria ocultado o teor exato desse encontro ao vice-presidente Mike Pence.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Desmantelado o maior grupo de "ransomware" do mundo

Riade reúne líderes mundiais para debater a cibercriminalidade

Desmantelada uma das maiores plataformas de "hackers"