Diplomacia alemã e turca tomaram um pequeno-almoço de desagravo, mas as tensões persistem

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De  Euronews  com reuters, afp, efe
Diplomacia alemã e turca tomaram um pequeno-almoço de desagravo, mas as tensões persistem

Numa tentativa de aliviar as crescentes tensões entre Berlim e Ancara, os ministros dos Negócios Estrangeiros da Alemanha e da Turquia tomaram o pequeno-almoço juntos, esta quarta-feira. Mas, no final da hora e meia de encontro na capital alemã não houve uma conferência de imprensa conjunta.

Após a reunião, Sigmar Gabriel foi o único a surgir perante os jornalistas para dizer que a Alemanha quer dar-se “bem e de uma forma pacífica” com a Turquia, quer “resolver os diferendos, garantindo que ninguém é tratado de uma forma desrespeitosa” e que os turcos “podem contar com a amizade dos alemães”. Mas, ressalvou o chefe da diplomacia alemã, “há limites que ninguém deve ultrapassar e um deles é a comparação com a Alemanha nazi”.

Gabriel referia-se a declarações de Recep Tayyip Erdogan, que comparou a “práticas nazis” o facto de autoridades locais alemãs não terem autorizado a realização de alguns comícios para promover o substancial reforço dos poderes do presidente da turco, um assunto que será referendado na Turquia em meados de abril.

Após o encontro com Gabriel, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, Mevlut Cavusoglu seguiu para Hamburgo e, de visita a uma feira de turismo, afirmou que os dois países têm de “decidir” se querem “continuar a ser duas nações amigas” ou se preferem “cortar os laços”, garantindo que Ancara quer manter as boas relações e que cabe à “Alemanha decidir” o que quer fazer.

Para além do diferendo sobre a realização de comícios políticos pró-Erdogan na Alemanha, Berlim também está agastada com a detenção na Turquia de um jornalista germano-turco, Deniz Yucel, que as autoridades de Ancara acusam de ser um “espião alemão” e um “militante do PKK”, separatistas curdos.