Holanda: Rutte é "o grande vencedor" mas Wilders "influenciou muitos outros partidos"

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O primeiro-ministro Mark Rutte conseguiu contrariar, no escrutínio desta quarta-feira, o favoritismo do líder xenófobo Geert Wilders, durante vários meses, na campanha para as legislativas na…

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O primeiro-ministro Mark Rutte conseguiu contrariar, no escrutínio desta quarta-feira, o favoritismo do líder xenófobo Geert Wilders, durante vários meses, na campanha para as legislativas na Holanda.

Para analisar os resultados, a euronews falou com o professor de sociologia política da Universidade de Utrecht, Matthijs Rooduijn.

James Franey, euronews: “Quem são os grandes vencedores e perdedores desta noite eleitoral?”

Matthijs Rooduijn : “O grande vencedor é o partido conservador liberal de Mark Rutte. Penso que o que o ajudou bastante é que incorporou, em larga medida, uma parte do discurso nacionalista da formação da direita radical de Geert Wilders. E, claro, a crise com a Turquia provavelmente também ajudou, porque permitiu-lhe apresentar-se como um líder forte. Outro vencedor é o partido da Esquerda Verde, que quadruplicou o número de assentos e é uma formação com a mensagem exatamente oposta à de Wilders. É pró-Europa, quer ajudar os refugiados, é pró-imigração e também ganhou bastante. O grande perdedor é o Partido Trabalhista, que esteve no governo nos últimos quatro anos. Parece que os eleitores não estão realmente satisfeitos com o seu desempenho e o partido nunca teve um resultado tão mau como hoje.”

euronews: “O primeiro-ministro Mark Rutte tinha falado em parar o chamado ‘efeito dominó’. Pensa que conseguiu obter o que pretendia?”

MR: “Ele disse que queria parar o ‘efeito dominó’, a ideia de que haveria uma ‘Primavera patriótica’ na Europa, depois de 2016, que foi o ano do Brexit e da vitória de Donald Trump. A questão era agora se 2017 seria o ano do patriotismo na Europa continental. Na Holanda, onde tiveram lugar esta quarta-feira as primeiras eleições, vimos que Geert Wilders não obteve a vitória que tinha sido prevista há algumas semanas atrás. Mas o que aconteceu, foi que ele influenciou muitos outros partidos, que se tornaram mais nacionalistas. Por isso, em certa medida, há bastante nacionalismo na sociedade holandesa. E isso pode significar boas notícias para Marine Le Pen [em França].”

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