Park Geun-hye foi destituída a 10 de março, está detida há quase três semanas e, embora se assuma inocente, incorre numa pena que pode ir até à prisão perpétua.
A ex-presidente da Coreia do Sul foi esta segunda-feira acusada de forma oficial pela Procuradoria sul-coreana. Destituída a 10 de março e desde então sem imunidade, Park Geun-hye encontra-se sob custódia desde 31 de março por suspeitas de suborno, abuso de poder, coação e divulgação de segredos oficiais.
A oficialização da acusação coincide com o arranque da campanha para as eleições presidenciais antecipadas para 09 de maio após a destituição de Park há pouco mais de um mês.
A antiga chefe de Estado está implicada num esquema que terá sido liderado Choi Soon-sil. A amiga de infância e suposta confidente de Park Geun-hye terá gerido duas fundações onde grandes empresas sul-coreanas, como as multinacionais Samsung e Lotte, depositavam doações em troca de decisões políticas favoráveis.
O filho do presidente do Samsung Group, apontado como sucessor natural, Jay Y.Lee foi também detido em meados de fevereiro devido a um negócio suspeito, envolvendo a fusão de duas subsidiárias, para permitir a sucessão na liderança da multinacional.
No total, o esquema implicando a ex-presidente terá movimentado a extorsão de quase 65 milhões de euros. Park Geun-hy foi também acusada de ter criado uma lista negra de personalidades da cultura sul-coreana críticas do governo a quem pretenderia negar apoio estatal.
Nos cinco interrogatórios realizados, Park Geun-hye alegou inocência em todas as acusações de que foi alvo. Na acusação forma desta segunda-feira, a procuradoria anexou ainda a acusação de solicitação de subornos a duas empresas, a Lotte e a SK Group.
O escândalo rebentou em outubro quando um meio de comunicação sul-coreano expôs o conteúdo de um “tablet” utilizado pela amiga da então Presidente e no qual haveria inclusive documentos classificados do governo.
(2nd LD) Ex-President Park Geun-hye indicted in corruption probe https://t.co/4LNJSwGEpp
— Yonhap News Agency (@YonhapNews) 17 de abril de 2017