Eleições são vistas como um teste à popularidade do presidente Macron e do seu partido, A República em Marcha.
Com AFP e France Télévisions
Em França, quase 48 milhões de eleitores votam, este domingo e no próximo, para renovar os 577 membros da Assembleia Nacional, num escrutínio que deverá funcionar como um teste para o recentemente eleito presidente da República, Emmanuel Macron.
Umas legislativas diferentes
O partido do presidente, A República em Marcha! (centro liberal) poderia obter uma maioria confortável, com mais de 30% dos votos
O voto acontece quando os partidos do centro-direita (Os Republicanos) e do centro-esquerda (Partido Socialista) perdem influência política
Mais de um terço dos deputados eleitos na legislatura anterior decidiram não apresentar candidatura
A entrada em vigor de uma lei de 2014, que impede a acumulação de cargos e mandatos, influencia toda uma renovação na câmara
Le premier tour des #legislatives2017 : vers une recomposition politique #AFP par
AFPgraphics</a> <a href="https://t.co/YtsV6rYEKF">pic.twitter.com/YtsV6rYEKF</a></p>— Agence France-Presse (
afpfr) 9 de junho de 2017
No entanto, o primeiro-ministro Edouard Philippe mostrou-se prudente ao abordar as sondagens relativas à intenções de voto. Recordou os resultados das eleições no Reino Unido, onde o Partido Conservador da primeira-ministra Theresa May perdeu a maioria absoluta, contra todas as expectativas. “A questão sobre a qual os franceses deverão debruçar-se é a seguinte: desejam dar ao presidente da República e ao Governo escolhidos uma maioria para que sejam feitas reformas no país”, disse o primeiro-ministro francês durante uma entrevista numa conhecida rádio nacional.
A oposição ao partido do presidente Macron apresenta-se relativamente enfraquecida. À direita, Os Republicanos viveram mal a nomeação de um dos seus membros para o cargo de primeiro-ministro.
O líder dos Republicanos, François Baroin, disse temer um domínio homogéneo da parte do partido de Emmanuel Macron, algo que “não é saudável para o debate dos próximos cinco anos”.
Já a extrema-direita de Marine Le Pen, líder do partido Frente Nacional, poderia ter sérias dificuldades em conseguir 15 deputados para formar o seu próprio grupo parlamentar.
À esquerda, o Partido Socialista tenta ainda sarar as feridas dos maus resultados nas presidenciais de maio.
Uma abstenção que ainda preocupa
Quase oito mil candidatos apresentam-se a estas eleições. A média de idades é de 48 anos e meio e 42% são mulheres, ficando o objetivo da igualdade de género na representação ainda por atingir. A importância dos candidatos oriundos da sociedade civil é uma das grandes novidades.
No entanto, o ambiente de renovação da câmara poderia não chegar para mobilizar em força o eleitorado. Muitas sondagens apontam para uma abstenção elevada, que poderia ultrapassar os 50% e chegar mesmo aos 60%. Há cinco anos, a taxa de abstenção foi de 57,22%.