A solidariedade de dezenas de milhares de pessoas encheu as ruas de Rabat, capital de Marrocos, para apoiar os protestos que, desde há cerca de oito meses, se ouvem em Al Hoceima, a norte do país e que levaram já à prisão de mais de 100 pessoas, entre elas alguns líderes políticos da região.
Gritos já ouvidos na Primavera Árabe como “Liberdade, dignidade e justiça social” ou “Não nos rendemos” ecoaram numa massa de cerca de um quilómetro de comprimento:
“Estamos aqui hoje nesta marcha nacional para dizer uma palavra, uma palavra forte: queremos liberdade para os presos políticos de Al Hoceima”, dizia uma manifestante. Outra, acrescentava: “Queremos uma democracia verdadeira, queremos uma participação activa dos cidadãos, um parlamento que realmente represente os marroquinos. Queremos participar nas decisões, que é o que não se verifica hoje.”
A manifestação, pacífica e ordeira, foi organizada pelo movimento islamita Justiça e Caridade, proibido, mas tolerado, e não teve barreiras entre esquerdistas, berberes ou islamitas.
Os protestos de Al Hoceima reclamam para a região investimento social do Estado como estradas, universidade, hospitais e postos de trabalho.