Reforma laboral divide franceses

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De  Ricardo Figueira
Reforma laboral divide franceses

O apoio às pequenas e médias empresas e várias mudanças nas indemnizações por despedimentos são as duas linhas-mestras na reforma do Código do Trabalho em França, que o primeiro-ministro Édouard Philippe detalhou esta quinta-feira à imprensa.

Temos de ter em conta a situação em que está o país, caracterizada por décadas de desemprego de massa.

Primeiro-ministro de França Édouard Philippe

A reforma, que o presidente Emmanuel Macron apresentou como uma bandeira eleitoral, é uma arma contra o desemprego, nas palavras do primeiro-ministro: “A França é um Estado de direito social e vai continuar a sê-lo. Faz parte da natureza e da história do país. Mas temos também de ter em conta a situação em que está o país, caracterizada por décadas de desemprego de massa”, disse o PM.


A reforma chega depois de longas discussões com os sindicatos, mas está longe de ser consensual. Por um lado, as indemnizações por despedimentos considerados abusivos ficam limitadas a 20 meses de salário, no caso de quem tem 30 anos ou mais de casa. Já o valor das indemnizações compensatórias legais sobe 25%. As empresas vão agora ter mais liberdade para fazer acordos com os trabalhadores, sem que essa negociação se faça ao nível de todo o setor. Entre os aspetos que vão poder ser alvo de acordos individuais estão os bónus e os horários. No caso das PME, a negociação pode ser feita diretamente com os trabalhadores, sem passar pelos sindicatos.


Philippe Martinez, secretário-geral da central sindical CGT, é para já o rosto principal da contestação às novas medidas e marcou um protesto, a nível nacional, para o dia 12 de setembro. A reforma prevê também a fusão entre três órgãos de representação sindical nas empresas. As medidas foram aplaudidas pelas principais organizações de Pequenas e Médias Empresas, pela principal organização patronal de França, o MEDEF, e por várias organizações sindicais.