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Trabalhadores franceses veem o seu dia de trabalho reduzido devido à vaga de calor

Vaga de calor leva empresas a reduzir horas de trabalho
Vaga de calor leva empresas a reduzir horas de trabalho Direitos de autor David J. Phillip/Copyright 2024 The AP. All rights reserved.
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De  euronews
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As vagas de calor são um problema cada vez mais frequente para os trabalhadores da construção civil, obrigando as empresas a tomar medidas para proteger a saúde e a segurança dos seus empregados. Veja-se o exemplo da França.

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Em Toulouse, onde as temperaturas atingiram os 30 graus à sombra, os trabalhadores da construção civil estavam obrigados a trabalhar sob um sol escaldante, mas isso mudou.

Hugo Pastorello, supervisor de obra da Thomas et Danizan, explica: "É um problema real porque já ocorreram acidentes e estamos a tentar antecipá-los. A empresa implementou uma política segundo a qual, quando se determina que está demasiado calor no estaleiro, "mandamos os trabalhadores para casa e eles continuam a ser pagos como se tivessem trabalhado".

Esta medida não só protege a saúde dos trabalhadores, como também faz sentido do ponto de vista económico. Estudos demonstraram que, quando a temperatura ultrapassa os 32 graus, a produtividade do trabalho diminui 40%.

Diogo Bernardo, trabalhador da Thomas et Danizan, sublinha a importância destas medidas: "É importante para ajudar a saúde do trabalhador, de nós, de toda a gente. Porque eu sou jovem, mas se calhar há pessoas mais velhas do que eu e para elas é mais complicado”.

O aumento da frequência das ondas de calor é atribuído ao aquecimento global, o que sugere que este problema continuará a ser um desafio para o setor da construção nos próximos anos. As empresas de construção não são as únicas que precisam de se adaptar. Os empregadores de todas as indústrias são obrigados a cumprir determinados regulamentos para proteger os seus trabalhadores durante períodos de calor extremo.

Evolução das ondas de calor na Europa

Nas últimas décadas, as vagas de calor na Europa registaram um aumento significativo em termos de frequência, intensidade e duração, uma tendência que os cientistas atribuem diretamente às alterações climáticas.

De acordo com dados da Agência Europeia do Ambiente (AEA), a frequência das vagas de calor na Europa triplicou desde a década de 1960. Alguns dos eventos mais notáveis incluem:

1. A onda de calor de 2003, que afetou principalmente a Europa Ocidental e causou mais de 70 000 mortes.

2. O verão de 2018, que foi um dos mais quentes de que há registo no norte e centro da Europa.

3. A vaga de calor de 2019, que estabeleceu novos recordes de temperatura em vários países, incluindo a França, onde as temperaturas atingiram 46°C.

4. O verão de 2022, que foi o verão mais quente de que há registo na Europa, com temperaturas superiores a 40°C no Reino Unido pela primeira vez na história.

Modelos climáticos prevêem que vagas calor se mantenham

Até ao final do século XXI, prevê-se que as vagas de calor extremas, que costumavam ocorrer uma vez de 50 em 50 anos, ocorram de dois em dois ou de três em três anos, se as emissões de gases com efeito de estufa não forem significativamente reduzidas. Este aumento das vagas de calor não só afecta a saúde humana e a produtividade do trabalho, como também tem impactos significativos na agricultura, nos ecossistemas e nas infra-estruturas.

Consequentemente, os governos e as empresas de toda a Europa estão a começar a implementar estratégias de adaptação, desde a melhoria dos sistemas de alerta precoce até à modificação das práticas de trabalho e do planeamento urbano.

A evolução das ondas de calor na Europa sublinha a urgência de enfrentar as alterações climáticas e a necessidade de todos os sectores da sociedade, incluindo o sector da construção, se adaptarem a esta nova realidade climática.

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