A importância do eleitorado jovem na Alemanha

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O distrito de Neukölln, em Berlim, é uma parte da capital alemã tradicionalmente ligada aos trabalhadores e à esquerda, mas nesta zona vários jovens distribuem material de campanha dos…

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O distrito de Neukölln, em Berlim, é uma parte da capital alemã tradicionalmente ligada aos trabalhadores e à esquerda, mas nesta zona vários jovens distribuem material de campanha dos democratas-cristãos.

Na Alemanha não há Bernie Sanders, nem Emmanuel Macron nem Jeremy Corbyn. Aqui, pelo contrário, as sondagens mostram que os jovens votarão, na maioria, em linha com os pais e não de forma muito diferente dos avós.

“Na Alemanha existem melhores oportunidades para os jovens. A educação e preparação são boas. Em comparação com outros países existem boas perspetivas”, diz Georg Dobry, um voluntário da CDU (União Democrata-Cristã da Alemanha) em Neukölln.

Mas a baixa taxa de desemprego entre os jovens pode bem não ser a história completa. Estes voluntários da União Democrata-Cristã no terreno começaram a escola quando Angela Merkel venceu as eleições em 2005.

Desde então, a chanceler lidou com uma aparente lista infindável de problemas: o colapso financeiro, a crise da zona euro, a guerra na Ucrânia, os fluxos migratórios, o “Brexit” e agora Donald Trump, como Presidente dos Estados Unidos.

Para alguns jovens Merkel tem sido uma voz de tranquilidade ao longo de grande parte das respetivas vidas.

“Ao longo dos últimos 12 anos, a chanceler atuou de forma calma e correta em todas as crises como a crise da zona euro ou dos refugiados. Penso que este sentimento de estabilidade e de segurança é muito importante para muitos jovens. Ela olha para o futuro e atua com um objetivo político e sustentável em mente”, sublinha Onur Bayar, voluntário da CDU em Neukölln.

Por vezes é fácil esquecer que Angela Merkel lidera um Partido conservador.

Até há alguns meses, a CDU e o partido-gémeo no estado da Baviera, a União Social-Cristã (CSU), sempre se manifestaram contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo além de fazerem frequentemente campanha em nome de ideais conservadores como a lei e ordem e valores familiares.

Ao mesmo tempo, Merkel adotou posturas mais de esquerda como eliminar a energia nuclear e, claro, apoiar os refugiados. Alguns peritos em sondagens acreditam que com estas ações o partido voltou a seduzir os mais jovens.

“Há cerca de 20 anos atrás, quando Helmut Kohl estava no fim do mandato como chanceler, não gozava de muita popularidade entre os jovens. Agora não é assim. Com Merkel, os jovens consideram aceitável votar nos conservadores, porque ela própria é bastante moderada. O partido nem tanto, mas Merkel – como o rosto do partido – é uma chanceler bastante moderada”, sublinha Rainer Faus, diretor do Instituto Pollytix.

Mas onde fica a oposição no meio de tudo isto?

O Partido Social-Democrata (SPD) também está a lidar bem com os jovens eleitores. Muitos jovens convergem para assistir aos discursos do candidato Martin Schulz e o partido tem em marcha uma campanha nas redes sociais orientada para esta camada da população. Mas pode não ser suficiente.

Jona Källgren, euronews – “De acordo com as sondagens os democratas-cristãos da CDU de Angela Merkel continuam a liderar entre os jovens.”

O que correu mal para Schulz?

Num comício em Potsdam, jovens ativistas do SPD disseram que Schulz, que assumiu as rédeas do partido em março deste ano, não teve uma oportunidade de se dar a conhecer.

“Os jovens da região que se interessam por política concentram-se mais na política nacional. Martin Schulz chegou da União Europeia, era presidente do Parlamento Europeu. Penso que as pessoas não sabem muito sobre ele. Agora teve este curto período para se deixar conhecer pelas pessoas mas não foi capaz de o fazer com os jovens”, ressalva Lena Cociani, uma voluntária do SPD.

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