Multiplicar a energia que vem da Terra

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Se tudo correr como previsto, a quantidade de energia geotérmica pode vir a multiplicar-se por 10.

A Islândia é considerada como o berço da energia geotérmica. E é neste país que se testa uma nova técnica que consiste em abrir furos de 5 quilómetros de profundidade para trazer à superfície vapores com temperaturas de 500 graus centígrados. Se tudo correr como previsto, a quantidade de energia produzida desta forma pode vir a multiplicar-se por 10.

O coração da Terra tem um potencial incalculável em termos de produção de energia. Na Península de Reykjanes foi aberto um furo que vai muito além dos habituais 2,5 quilómetros que os poços geotérmicos costumam ter. Tudo para chegar perto dos reservatórios de magma.

“Temos de explorar a maior profundidade para ajudar a Natureza a libertar o calor para a superfície. Os fluidos que encontramos a estas temperaturas estão no que chamamos de condições supercríticas. Se conseguirmos trazer o gás à superfície até a uma central energética, poderemos produzir de 30 a 50 megawatts”, aponta o geólogo Gudmundur Fridleifsson.

Este é o grande objetivo do projeto europeu DEEPEGS, conduzido por um consórcio internacional liderado por empresas islandesas.

“A experiência acumulada na Islândia pode ser utilizada em Itália. E o mesmo acontece com experiências realizadas no Japão ou na Nova Zelândia. Fazemos um processo de aprendizagem uns com os outros”, salienta Fridleifsson, que é o coordenador do projeto.

Um dos grandes desafios da equipa de investigadores é testar novas técnicas de exploração ao mesmo tempo que apura a composição do subsolo para evitar danos estruturais ou problemas de segurança.

Segundo Albert Albertsson, engenheiro mecânico, “perfurar num solo desconhecido é desafiante. Não temos forma de saber exatamente o que vamos encontrar. O grande problema é a química dos fluidos, os fenómenos de corrosão, entre outros”.

As perfurações na crosta terrestre podem desembocar num reservatório de magma ou mesmo desencadear pequenos sismos em áreas vulcânicas.

“Tentamos minimizar os riscos utilizando instrumentos geofísicos, recorrendo à história da vulcanologia. Há muitos estudos científicos antes de começarmos as operações”, afirma Fridleifsson.

A extração de vapor resulta também na libertação de CO2, sulfuretos, entre outros. Mas o método islandês é reciclar absolutamente tudo.

Para Albertsson, “uma central é como uma caixa para onde convergem vários recursos: energia, água quente, água subterrânea… São tudo recursos valiosos que não podem ser desperdiçados”.

Os resultados deste projeto só serão conhecidos no final de 2018.

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