A técnica revolucionária vai "conduzir a bioquímica a uma nova era"
Ver estruturas cada vez mais pequenas valeu mais um Prémio Nobel da Química, desta vez, pelos desenvolvimentos na microscopia crioeletrónica, uma técnica que permite ver estruturas de biomoléculas em solução. Este ano, a Real Academia Sueca das Ciências distinguiu o trabalho de três investigadores: o suíço Jacques Dubochet, da Universidade de Lausanne, o norte-americano Joachim Frank, da Universidade de Columbia e o escocês Richard Henderson, do Laboratório de Biologia Molecular de Cambridge. Um trabalho considerado “ decisivo para a compreensão da química da vida” e para chegar a novos medicamentos.
Scientists awarded #NobelPrize in chemistry for work to visualize biomoleculeshttps://t.co/H3CLuq6sQU
— The Nobel Prize (@NobelPrize) October 4, 2017
Os laureados conseguiram imobilizar biomoléculas, que compõem a matéria viva, e observar processos que nunca tinham sido vistos vão, agora, partilhar um prémio no valor de cerca de um milhão euros.
Joachim Frank on receiving the phone call from Stockholm today. Interview coming soon! pic.twitter.com/dXcIErqX2X
— The Nobel Prize (@NobelPrize) October 4, 2017
A Academia considera que a observação de biomoléculas em alta resolução “vai conduzir a bioquímica a uma nova era”, provando que os microscópios de eletrões não servem só para observar matéria inorgânica, uma vez que o feixe de eletrões que usam destrói o material biológico.
Em 1990, Henderson conseguiu gerar uma imagem a três dimensões de uma proteína, uma tecnologia que Frank desenvolveu, conseguindo captar imagens a duas dimensões e transformando-as para três dimensões.
Jacques Dubochet juntou água ao processo de observação, congelando-a em torno das biomoléculas e permitindo-lhes manter a forma, mesmo no vácuo.