O cobre, o lítio, o cobalto e as terras raras estão entre os 34 metais e minerais classificados como críticos pela União Europeia.
O objetivo da UE é atingir a neutralidade carbónica até 2050. Esta transição energética, bem como a produção de armas modernas e a crescente digitalização da vida quotidiana, baseiam-se em tecnologias que exigem mais metais do que nunca.
No entanto, embora a UE consuma quase um quarto dos minerais do mundo, apenas produz cerca de 3%.
Em dezembro de 2023, o Parlamento Europeu adoptou a Lei das Matérias-Primas Críticas, que estabelece objetivos para a reciclagem, transformação, comércio e produção dessas matérias-primas.
UE quer reduzir dependência da China
Até 2030, a UE pretende extrair pelo menos 10% do seu consumo anual de matérias-primas críticas. O objetivo é assegurar o abastecimento do continente e reduzir a sua dependência de fontes estrangeiras, como a China, que atualmente fornece quase todas as necessidades de terras raras da UE.
A Euronews viajou até à Suécia, uma das maiores potências mineiras da UE, para analisar as implicações deste objetivo para a Europa.
Quais são as consequências para o ambiente?
Em Gällivare, a Boliden explora a mina de Aitik, a maior mina de cobre da Europa. O porta-voz da empresa, Klas Nilsson, reconhece o impacto no ambiente, mas sublinha os esforços da Boliden para o reduzir.
"É claro que temos um impacto no ambiente. Mas será que devemos construir toda a nossa transição climática com metais produzidos noutros continentes?", diz Klas Nilsson, que defende a produção local em vez de importações de regiões com normas laborais e ambientais menos exigentes.
Mas alguns habitantes, como Katarina, que tiveram de se mudar devido à expansão da exploração mineira, não estão convencidos dos motivos ambientais da indústria.
"Dizem que estão a extrair para o bem do clima. Isso é um monte de disparates! Exploram para ganhar dinheiro. Ninguém abre uma mina para salvar o clima", diz Katarina.
Populações locais ameaçadas
A região é também o habitat dos Sami, o último povo indígena da União Europeia, que lamenta a fragmentação do seu território devido à exploração mineira e ao desenvolvimento industrial.
Seja qual for o resultado das próximas eleições europeias, os metais continuarão a ser uma prioridade para a Europa. É provável que isto agrave as tensões entre os objectivos da transição energética e da autossuficiência, por um lado, e as preocupações ambientais locais, por outro.
Equilibrar estes interesses contraditórios representa um desafio para os Estados-Membros à medida que o continente embarca numa transição incerta, que poderá ver uma dependência dos metais suceder à atual dependência dos combustíveis fósseis.
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