All Blacks - uma questão de respeito

All Blacks - uma questão de respeito
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A Euronews encontrou-se com Grant Fox, Keven Mealamu e Conrad Smith em Oviedo - onde receberam um prémio especial.

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Existe uma equipa conhecida em todo o mundo, mesmo por aqueles que não apreciam particularmente do jogo “bola oval”. Falamos dos All Blacks, a equipa de rugby internacional mais bem sucedida de todos os tempos. São quase imbatíveis, mas acima de tudo incorporam valores muito importantes, como o desportivismo, a unidade, a amizade e o respeito.

A Euronews encontrou-se com Grant Fox, Keven Mealamu e Conrad Smith em Oviedo (Espanha), onde receberam um prémio especial.

Cinzia Rizzi, euronews: “Estamos com alguns dos antigos jogadores dos All Blacks, que acabaram de receber o Prémio Princesa das Astúrias, bem-vindos à euronews…O que significa para os All Blacks receberem este prestigiado galardão?”

Grant Fox, antigo jogador dos All Blacks: “É um galardão com muito prestígio. Esses prémios são significativos. E para sermos honestos, não sabíamos muito sobre a sua existência até recebermos o prémio e depois fomos pesquisar… É um prémio de muito prestígio, estamos muito honrados, por estarmos entre estas pessoas e por termos sido reconhecidos no desporto. Não se trata apenas do atual grupo de jogadores – estes jogadores reformaram-se recentemente e eu já estou reformado há muitos anos. Mas de todos os jogadores que já passaram pela equipa. Estamos a representar o nosso país com orgulho – é um reconhecimento para eles também”.

Keven Mealamu, antigo jogador dos All Blacks: “Falámos sobre isso ontem também. O rugby não é muito conhecido aqui e se somos reconhecidos aqui, onde o futebol é muito mais popular, este reconhecimento ainda mais especial para nós”.

Well done kevenmealamu</a> and the boys. Haka <a href="https://twitter.com/hashtag/WellRespected?src=hash&ref_src=twsrc%5Etfw">#WellRespected</a> <a href="https://twitter.com/hashtag/WellRepresented?src=hash&ref_src=twsrc%5Etfw">#WellRepresented</a> & <a href="https://twitter.com/hashtag/WellReceived?src=hash&ref_src=twsrc%5Etfw">#WellReceived</a> <a href="https://twitter.com/AllBlacks?ref_src=twsrc%5Etfw">AllBlackspic.twitter.com/g7Picr11Mv

— Apollo Perelini (@Apollo11Rugby) October 21, 2017

Cinzia Rizzi, euronews: “A Nova Zelândia acabou de ganhar o 15º título do Campeonato de Rugby. Há dois anos atrás, foram a primeira nação a receber o Troféu Webb Ellis. Qual é o segredo do vosso sucesso?”

Grant Fox: “Na verdade, não há nenhum segredo. Só trabalho duro. É só isso! Temos sorte, temos um grupo cheio de talento. Os pais estão muito envolvidos no jogo com os filhos. É um jogo muito acessível nas escolas. Temos excelentes estruturas de competição, uma boa administração. Estamos em boa forma, temos excelentes treinos, e uma ética que vem em primeiro lugar na equipa. Tudo gira em torno da equipa. Os interesses individuais não vêm antes dos interesses da equipa.”

Conrad Smith, antigo jogador dos All Blacks: “Os All Blacks sempre representaram a Nova Zelândia. E nem sempre é o caso nas equipas desportivas. Mas nós, os All Blacks… somos multiculturais. Observando todas as equipas ao longo dos tempos, haverá alguns agricultores e outros citadinos. Há algo transversal, sempre dentro da equipa, como disse, algo multicultural. Quando as pessoas olham para os All Blacks, sentem uma sensação de pertença. Creio que esta ligação é muito especial. É por isso que os All Blacks representam bem as pessoas e é por isso que o rugby é tão especial.”

Cinzia Rizzi, euronews: “Porque é que os All Blacks são tão populares em todo o mundo, mesmo entre as pessoas que não são da Nova Zelândia ou que não são fãs de rugby. Porque é que se identificam com os All Blacks?”

Grant Fox, former All Blacks player: “Tem a ver com a equipa, não apenas com o desempenho. Somos bem sucedidos a maior parte das vezes. Não vencemos sempre como nos velhos tempos, perdemos ocasionalmente… Mas poucas vezes neste momento… Creio que o sucesso vem daí, mas também da forma como a equipa se orienta. Temos um grande orgulho na ética que é fundamental na nossa equipa. Há respeito no grupo, e ao nosso redor: há os fãs; os média; os adversários; somos muito respeitadores; somos um grupo muito humilde. E não pensamos que somos diferentes de ninguém no nosso país. Temos a sorte de jogar rugby um pouco melhor e a um nível mais alto, mas noutros aspetos, somos como qualquer pessoa que tem um trabalho normal.”

Cinzia Rizzi, euronews: “Uma das palavras-chave no rugby é “respeito “, como disse. Algo que não vemos muitas vezes noutras modalidades, como o futebol, por exemplo… Porque é que acha que isso acontece?

Conrad Smith: “Na Nova Zelândia crescemos com isso… Não me lembro que seja algo que se ensina especificamente no rugby, só sei que é algo com o qual crescemos. A ter respeito para com uma pessoa mais velha, seja o árbitro, o nosso pai ou o pai do nosso amigo. Respeitamos as pessoas e creio que isso continua durante a nossa carreira no rugby. É uma das coisas que estão inerentes ao desporto e não sabemos realmente porquê. Não sabemos de onde vem e nem sabemos que é raro, até vermos os outros desportos. Por isso, é difícil responder. Apenas crescemos com o respeito à nossa volta”.

Cinzia Rizzi, euronews: “Os traumatismos cranianos são um problema no rugby. O que é que pode ser feito para melhorar este aspeto?”

Keven Mealamu: “Bem, é algo sobre o qual temos vindo a discutir e tentamos certificar-nos que há prevenção. Para garantir que existe um bom treino e formação à volta do assunto e, para que os nossos jovens jogadores – os jogadores de hoje – compreendam bem o que é uma boa técnica. E, se a técnica melhorar, conseguimos reduzir o risco. Por outro lado, há que ter atenção aos sintomas ou às pessoas que os experienciam – há que cuidar delas em primeiro lugar. O bem estar do jogador é bastante importante.”

Grant Fox: “Joga-se rugby durante um curto período de tempo – temos o resto da vida à nossa frente. Queremos que os jogadores acabem a carreira o mais saudáveis possível.”

Cinzia Rizzi, euronews: “Acha que os All Blacks são os favoritos para o próximo Campeonato do Mundo no Japão daqui a dois anos? E quem é que os pode impedir de vencer um terceiro título consecutivo?”

Grant Fox: “Provavelmente continuaremos favoritos, se mantivermos a forma atual… Ganhámos os dois últimos. Portanto, é provável. Entrámos na maior parte dos campeonatos do mundo como favoritos, mas são difíceis de vencer. Se o favorito ganhasse sempre, teríamos vencido todos. Mas não. É um campeonato difícil de vencer. Há equipas de rugby muito boas e capazes de vencer o Campeonato do Mundo: Inglaterra, Austrália, África do Sul, a França, a Irlanda, o País de Gales, a Escócia estão a ficar cada vez melhores e a Argentina… Há uma série de equipas que estão a melhorar. É um desporto muito competitivo agora, então quem sabe… Mas há algumas equipas muito boas que vão jogar no Japão, em 2019”.

Cinzia Rizzi, euronews: “Para terminar: qual é o significado do haka para um jogador dos All Blacks?”

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Keven Mealamu: “Provavelmente significa algo diferente para cada um. As minhas primeiras recordações são com o Grant Fox a fazer o haka no campeonato do mundo de rugby de 87… E ver alguns dos meus jogadores favoritos a fazê-lo. Ao vê-lo quando era jovem sentia uma boa ligação ao haka… E depois enquanto All Black trata-se de perceber o seu significado e compreendê-lo profundamente. Porque é que o fazemos; o que significa para nós enquanto equipa e enquanto país… E temos de o fazer bem… Não se trata de trazer uma energia e uma ligação subitamente, só o vamos compreender e fazer melhor porque existe uma boa ligação.”

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