Relatório do Exército birmanês desmente a existência de abusos contra a minoria rohingya
Myanmar e Bangladesh sentaram-se à mesa para discutir a crise humanitária que se vive na fronteira entre os dois países. Cinco dias de conversações que tiveram início esta terça-feira em Naypyidaw, a capital da antiga Birmânia, mas que foram relegados para segundo plano pelos resultados da investigação interna do exército birmanês sobre a violência no estado de Rakhine, publicados na noite de segunda-feira.
O relatório refere que não foi cometido qualquer abuso contra a minoria rohingya, negando que os soldados tivessem violado ou matado civis ou aberto fogo contra as mesquitas nas aldeias muçulmanas. O documento tem por base perto de três mil testemunhos de aldeões muçulmanos, não verificados de forma independente, e alega legítima defesa por parte do exército nos episódios de violência registados, acrescentando que foram mortos trezentos e setenta e seis terroristas do Exército de Salvação do Estado Rohingya.
A violência que se vive na região levou já mais de 600 mil pessoas a atravessar a fronteira com o Bangladesh em busca de refúgio.