Organização mexicana Data Cívica recolheu e cruzou dados de diferentes bases públicas para decifrar nomes e apelidos de pessoas que desapareceram, um dia, no país, sem deixar rasto.
Os nomes sucedem-se numa longa lista com um total de 31.968 identidades. A organização mexicana Data Cívica recolheu e cruzou dados de diferentes bases públicas para decifrar nomes e apelidos de pessoas que desapareceram, um dia, sem deixar rasto.
Em simultâneo evidenciou falhas do Registo Nacional de Pessoas Extraviadas e Desaparecidas.
“É uma exigência ao Governo feita de forma muito clara. Estamos a dizer que existe esta possibilidade para efetuar um registo que seja oportuno, fidedigno, completo”, sublinhou Monica Meltis, diretora executiva da Data Cívica.
Em quatro meses de trabalho, a Data Cívica contou com o apoio de 14 organizações civis.
Maria Guadalupe Fernández, mãe de uma vítima desaparecida em 2009, elogia a investigação realizada: “É uma base de dados que se deve dar a conhecer ao mundo. Pode ser uma ferramenta útil para as famílias, mas também para que a barbárie dos desaparecimentos forçados seja divulgada no mundo. No México estão a violar-se os direitos humanos das vítimas e todos os dias desaparecem pessoas.”
A organização Data Cívica foi mais longe e revelou, durante a apresentação da base de dados Reconstrução de Nomes de Pessoas Desaparecidas, que 70% dos dados que constam do Registo Nacional têm variações. Por vezes é o nome que está errado, outras vezes é a estatura ou uma qualquer característica física.
Aos desaparecidos somam-se os mortos. No ano passado, cerca de 23 mil pessoas perderam a vida na sequência de incidentes violentos no México. Foi o ano mais sangrento desde que o Presidente Enrique Peña Nieto tomou posse no final de 2012.