Karmenu Vella, Comissário Europeu para o Ambiente, Assuntos Marítimos e Pescas

Karmenu Vella, Comissário Europeu para o Ambiente, Assuntos Marítimos e Pescas
De  Euronews
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Vella explica à Euronews porque é importante proteger os Oceanos quando lutamos contra alterações do clima.

PUBLICIDADE

A proteção dos oceanos é fundamental na luta contra as alterações climáticas. Uma ideia que dominou a Conferência Anual do Clima das Nações Unidas, em Bona, na Alemanha. Karmenu Vella, o Comissário Europeu para o Ambiente, Assuntos Marítimos e Pescas falou com a Euronews sobre o fenómeno.

Euronews Comissário, muitos dos presentes na Conferência Anual das Nações Unidas para o Clima desejam fazer da redução da poluição dos Oceanos uma prioridade na luta contra as alterações climáticas. Porquê?

Karmenu Vella Os Oceanos têm um papel fundamental na regulação do clima. Absorvem 90% do calor do Planeta, 30% do dióxido de carbono, enquanto nos fornecem cerca 50% do oxigénio de que necessitamos. Tudo graças aos Oceanos. E o que lhes damos em troca? Plástico, lixo, elevados níveis de acidificação, poluição e excesso de pesca. Por isso, os Oceanos ficam mais quentes e o nível das águas sobe. E vemos as consequências: são muitas as catástrofes, entre cheias e secas.

Euronews Até que ponto podemos dizer que a União Europeia assume um papel de liderança na luta contra as alterações climáticas e a proteção dos Oceanos?

Karmenu Vella Antes de mais, penso que não é suficiente termos seja quem for, a União Europeia ou outra entidade, como líder neste tema, porque enfrentamos um problema global. Precisamos de soluções globais. (…) Não há país ou Continente que possa lidar com este problema sozinho. Por isso, é verdade que insistimos neste tema porque pensamos que tem um caráter urgente. Deparamo-nos com ameaças e com toda uma pressão que aumenta de forma cada vez mais rápida. (…) Sejam qual for as decisões que tomemos, os efeitos não serão imediatos. Se pararmos com as emissões de dióxido de carbono hoje, os Oceanos continuarão a absorver o que já foi produzido durante décadas. Se deixarmos de lançar plástico aos Oceanos, as correntes continuarão a absorver plástico lançado há décadas (…).

Euronews Quais são as medidas mais urgentes quando falamos da proteção dos Oceanos?

Karmenu Vella Penso que algumas das medidas mais importantes são, em primeiro lugar, reduzir a emissão de dióxido de carbono de forma imediata. A segunda passa pela restauração dos ecossistemas,porque, quando falamos da absorção da poluição pelos Oceanos, falamos também da absorção pelas florestas, por exemplo. Em terceiro lugar, é importante que o façamos de forma unida, porque não vamos conseguir nada se cada um o fizer por si. Precisamos de agir, mas de agir juntos.

Euronews As pessoas pensam muitas vezes, que são os Governos que deve agir, assim como as grandes empresas. Ainda que todos possamos fazer algo todos os dias para lutar contra as alterações climáticas, não é?

Karmenu Vella É algo muito importante. E porquê? Porque quando as pessoas se apercebem de que estes problemas são debatidos em grandes encontros (…) ficam com a impressão de que o fenómeno é um daqueles “grandes” problemas. (…) E que cabe aos Governos encontrar soluções. Pois não é assim. Todos e cada um de nós é responsável por esta catástrofe (…) . Dois exemplos: Quando falamos de plásticos lançados aos Oceanos, o que destrói a diversidade, mata mamíferos e peixes, tudo se relaciona com o facto de usarmos ou não produtos de plástico. E se reciclamos os plásticos ou não. Quando falamos das emissões de dióxido de carbono, fenómeno responsável pelas alterações climáticas, não nos podemos esquecer dos veículos que conduzimos. E se usamos ou não os transportes públicos. São problemas globais com soluções individuais.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Ativistas ambientais em ação na Maratona de Berlim

Polícia alemã realiza buscas em propriedades dos ativistas do Last Generation

Berlinenses não conseguem acelerar neutralidade carbónica