O Papa Francisco aterrou, esta segunda-feira, na capital do Myanmar para uma visita de quatro dias dominada pela questão da perseguição da minoria Rohingya no país.
O sumo pontífice foi, no entanto, aconselhado pela igreja católica local a não referir a palavra proibida num país budista onde a minoria muçulmana não é reconhecida como uma comunidade nacional.
Um desafio para o Papa quando reunir-se amanhã com a líder de facto do país, Aung San Suu Kyi e o chefe do exército, Min Aung Hlaing, na quinta-feira.
Em Rangun, o Papa foi acolhido por centenas de milhares de católicos, num país onde a comunidade religiosa representa apenas 1% dos 51 milhões de habitantes.
"A espera foi difícil por causa do calor, mas quando vi o Papa, esqueci tudo e estou muito feliz por finalmente poder vê-lo em carne e osso", afirma Angelina Naw nan Aye.
A visita, a primeira de um Papa ao país, agendada antes da crise humanitária, ocorre dias depois do Myanmar ter chegado a um acordo para repatriar os mais de 600 mil refugiados Rohingya que se escaparam desde Agosto para o Bangladesh.
O líder da igreja católica vai viajar também ao país vizinho, onde está agendado para o dia 1 de Dezembro, o único encontro com membros da comunidade Rohingya durante a viagem oficial.
O Papa tinha já denunciado a perseguição, tortura e assassínio da comunidade religiosa, quando a ONU e os EUA não hesitam em acusar o Myanmar de levar a cabo uma "limpeza étnica" no estado de Rakhine.