O presidente russo garantiu não ter receio da concorrência da oposição nas eleições de março de 2018 e defendeu que o escândalo de doping é um caso com "motivações políticas".
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, considerou uma "invenção" os alegados contactos entre o seu governo e a candidatura de Donald Trump para uma interferência russa nas últimas eleições norte-americanas.
Na sua sessão anual de perguntas e respostas, esta quinta-feira, em Moscovo, o líder russo culpou a oposição a Trump por toda esta polémica.
"Tudo isto foi criado pelos opositores de Trump para retirarem legitimidade ao seu trabalho. Tenho a certeza de que, finalmente, poderemos normalizar as nossas relações no interesse do povo americano e do povo russo", declarou, perante uma multidão de jornalistas russos e estrangeiros.
Em foco na conferência esteve ainda o escândalo de doping do desporto russo. O processo, que ditou a decisão do Comité Olímpico Internacional (COI) de excluir o país dos próximos Jogos Olímpicos de Inverno, em PyeongChang, na Coreia do Sul, tem, de acordo com Putin, motivações políticas.
"É claro para nós que o escândalo está a ser alimentado em função do calendário político russo. Como lidamos com a Agência Mundial de Antidopagem e o Comité Olímpico Internacional? Penso que de forma construtiva, espero trabalhar com eles para acabar com os problemas. Mas é claro que iremos defender os interesses dos nossos atletas, inclusive nos tribunais civis", referiu.
A campanha para as eleições de março de 2018 também não foi esquecida. A jornalista e apresentadora Ksenia Sobchak, apontada como hipotética candidata à presidência russa, confrontou Vladimir Putin com os problemas em torno dos diferentes rostos da oposição e quis saber se o governante tinha receio da concorrência.
"Asseguro-lhe que as autoridades não tiveram medo e não vão ter medo. Penso que a esfera política, tal como a esfera económica, deve ser competitiva. Eu queria, quero e vou lutar por um sistema político equilibrado e isso não se concebe sem concorrência no campo político", sentenciou.