Investigação sobre abuso sexual de crianças aponta também muitas falhas ao papel da Igreja Católica na prevenção e resolução destes casos.
O fim do segredo de confissão nos casos de abusos sexuais e a introdução do celibato voluntário para o clero.
Estas são as principais recomendações feitas pela Comissão Real australiana ao Vaticano depois de ter realizado uma longa investigação sobre o abuso sexual de crianças no país.
Desde 2012 foram ouvidos os testemunhos de mais de oito mil vítimas de abusos sexuais em instituições religiosas, dos quais 62% eram católicos.
Malcolm Turnbull, o Primeiro-ministro australiano, agradeceu e elnalteceu "a coragem das vítimas e das famílias que contaram, muitas vezes pela primeira vez, as terríveis histórias de abuso de que foram alvo, sobretudo vindas de pessoas que lhes deviam garantir amor e proteção ". Uma vítima conta que este "tem sido um longo desafio, começamos por não acreditar, as pessoas que não queriam que não falássemos sobre isso. As igrejas e instituições de solidariedade não queriam que acreditassem em nós, diziam que estávamos a mentir. Mas a Comissão Real permitiu-nos avançar".
Recorde-se que um dos casos mais mediáticos é o que envolve o antigo ministro das Finanças do papa Francisco, o cardeal George Pell. O clérigo continua a negar ter cometido qualquer abuso sexual enquanto era sacerdote e bispo na Austrália. Mas o processo ainda não foi concluído.