A eleição está a ser promovida pela Plural Editores através de uma página dedicada; há um ano, "crise" foi a palavra eleita pelos angolanos. Em Moçambique, já há resultado final.
Os vocábulos "exoneração", "mudança" e "divisas" lideram a lista de preferências dos internautas angolanos para a escolha da Palavra do Ano 2017, adiantou a entidade promotora.
Segundo a Plural Editores Angola, que organiza a iniciativa, participaram na votação, até à última sexta-feira, cerca de mil internautas e a palavra vencedora será conhecida no dia 30 de janeiro próximo, pelas 18:30 locais, numa cerimónia no Centro Cultural Português, em Luanda.
"Exoneração", que está à frente nas preferências, foi escolhida, na sequência da política aplicada pelo atual Presidente de Angola.
Desde a tomada de posse, em setembro, João Lourenço mudou as chefias militares, ordenou a exoneração de titulares de cargos públicos, em organismos do Estado, na Polícia e na administração de empresas estatais de diamantes, minerais, petróleos, comunicação social, banca comercial pública e do Banco Nacional de Angola, tendo exonerado, entre outros, Isabel dos Santos, filha do anterior presidente angolano, da liderança da Sonangol.
A escolha da Palavra do Ano 2017 de Angola prossegue até ao final do mês, em www.palavradoano.co.ao.
Às três primeiras - "exoneração", "mudança" e "divisas" -, segue-se, em 4.º lugar, "eleições"; em 5.º, "micha", que significa uma fatia de pão fabricado com farinhas diversas; em 6.º, "barragem"; em 7.º, "kaluanda", "termo que se tornou comum e é usado para designar algo ou alguém que é originário de Luanda", esclarece a Plural Editora Angola, que organiza a iniciativa.
No 8.º lugar está a palavra "professor", seguindo-se, "maka", frequentemente usada em expressões como "não há maka" ou "não tem maka", para "descrever situações de fácil resolução".
"Maka", que significa conflito ou discórdia, é uma palavra que tem origem no kimbundu, dialeto falado em várias partes de Angola, nomeadamente no noroeste, incluindo a capital.
A fechar as preferências dos internautas, pelso votos registados até 15 de dezembro, estava o termo "candongueiro", nome dado "ao meio de transporte mais utilizado em Angola, o popular veículo de passageiros, geralmente pintado de branco e azul".
No ano passado, quando se realizou pela primeira vez em Angola a escolha da Palavra do Ano, a eleita foi "crise", tendo mobilizado 31% dos votos.
Portugal vota até 31 de dezembro
Em Portugal, está também a decorrer uma votação. A Plural Editores tem vindo a destacar as 10 finalistas após uma primeira votação na respetiva página criada na internet.
"Afeto" foi a primeira e justificada com a forma como Marcelo Rebelo de Sousa tem vindo a exercer o primeiro mandato como Presidente da Républica.
A segunda finalista já destacada pela Plural Editores foi "cativação" e a terceira "crescimento".
A lista de finalistas portuguesas fica completa com as palavras "deertificação", "floresta", "gentrificação", incêndios", "independência", "independentista", "peregrino" e "vencedor."
Há um anos, "geringonça" foi a palavra eleita, numa alusão à coligação política das esquerdas que permitiu ao Partido Socialista governar em Portugal.
Moçambique já elegeu a Palavra do Ano
Depois de "paz" em 2016, os moçambicanos elegeram este ano "tseke", com 18% dos votos, num triunfo à tangente sobre "trégua" (17%). "Caro" e "ciclone" ficaram em terceiro (11%) e a menos votada foi "censo" (4%).
"Esta planta herbácea de rebentos e folhas comestíveis ganhou notoriedade quando o governo recomendou aos moçambicanos a aposta na sua produção como uma forma de reduzir a pobreza e a fome no país", lê-se na página criada pela Plural Editores para os moçambicanos poderem votar.
"A PALAVRA DO ANO® é uma iniciativa com a marca registada da Porto Editora e tem como principal objetivo sublinhar a riqueza lexical e o dinamismo criativo da língua portuguesa, património vivo e precioso de todos os que nela se expressam, acentuando, assim, a importância das palavras e dos seus significados na produção individual e social dos sentidos com que vamos interpretando e construindo a própria vida", lê-se na página da Plural Editores.