A medida daquele que era o maior mercado mundial de presas de elefante está a ser elogiada por organizações de defesa de conservação da espécie.
O maior mercado do mundo de marfim fechou as suas portas. Com a passagem de 2017 para 2018, a China baniu todo o comércio de marfim e de produtos derivados, declarando-o ilegal em todo o país.
A proibição, que havia já sido anunciada inicialmente em 2016, abrange também o comércio eletrónico e as recordações adquiridas pelas pessoas no estrangeiro. Tudo o que é apreendido será mesmo destruído pelas autoridades.
De acordo com o Ministério chinês das Florestas, "de agora em diante, se um comerciante disser que é um 'vendedor de marfim autorizado pelo Estado', estará a enganar e a violar intencionalmente a lei".
A entrada em vigor da nova lei segue-se a um trabalho de prevenção e restrição, que levou no último ano a descidas de 65% do preço e de 80% nas apreensões de presas de elefante. As campanhas contaram mesmo com a participação de figuras públicas chinesas, nomeadamente o antigo basquetebolista Yao Ming.
A agência oficial chinesa Xinhua revelou também que ao longo de 2017 fecharam 67 lojas e oficinas envolvidas no comércio de marfim, esperando-se ainda o encerramento de outros 105 estabelecimentos similares com a mudança de ano.
A medida está a ser recebida como um dos maiores passos de sempre em defesa da conservação da espécie em África, sendo elogiada por organizações distintas, como a World Wildlife Fund for Nature (WWF) e a WildAid.
O impacto da decisão pode ser especialmente significativo em países como Angola e Moçambique, que nos últimos anos se tornaram mesmo destinos de referência na caça ao elefante.
Outrora um símbolo de status social no país, o marfim perde agora o seu valor e passa de forma efetiva à ilegalidade.