Macron na China: "A Europa está de volta"

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No primeiro de três dias de visita oficial à China, Emmanuel Macron declarou em Xian, antiga capital chinesa no tempo da Rota da Seda, o apoio ao projeto de Xi Jinping de criar novas rotas com um investimento chinês de mais de 120 mil milhões de euros em ligações estruturais asiático-europeias.

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"O futuro tem necessidade da França, da Europa e da China. Nós somos a memória do mundo. Cabe-nos decidir sermos o futuro."

As palavras são de Emmanuel Macron, primeiro líder europeu a chegar à China desde que Xi Jinping renovou a liderança do Partido Comunista Chinês por mais 5 anos, em novembro passado.

Em Xian, antiga capital chinesa, Macron prometeu uma visita anual ao território e o apoio ao projeto de Jinping de criar novas rotas da seda com ligações terrestres e marítimas entre Ásia e Europa orçadas em mais de 120 mil milhões de euros.

Um projecto colossal como as estátuas que visitou, mas foi um cavalo vivo e à escala real, da Guarda Republicana francesa, que Macron ofereceu a Xi Jinping, que terá admirado os equinos aquando da sua visita oficial a França.

O ambiente serviu também para uma reflexão de atitude no discurso de cerca de uma hora do Presidente francês, onde frisou a liderança de França e da China num novo combate contra as alterações climáticas:

"É preciso olhar para o caminho já percorrido. É extenso. Quem poderia imaginar, há uns anos, que a China teria nesta questão um papel cimeiro mundialmente ? E, contudo, fê-lo e demonstrou-o e foi assim que a vossa capacidade de tomada de consciência, de transformação, de esforço se revelou plenamente. Vou propor amanhã, ao presidente Xi, passar mais uma etapa da aliança franco-chinesa para relançar a batalha climática. Não há outra opção senão ganhá-la, porque não há outra opção para o nosso planeta."

Um planeta em que as novas rotas comerciais não podem ser de "uma nova hegemonia que transformaria quem as passasse em vassalos", disse também Macron, a quem a Humans Right's Watch pediu que se manifestasse quanto ao desrespeito dos direitos humanos na China, para além das restrições de acesso à internet ou a ligações VPN em território chinês, mesmo que se falasse estritamente de empresariado francês aí estabelecido.

Depois de haver já afirmado que a Europa não deve ser "ingénua" nas suas relações comerciais quando exercia pressão em Bruxelas para uma contenção da importação barata de aço da China, Emmanuel Macron disse em Xian esperar que as relações UE-China pudessem ter um recomeço, assente em "regras equilibradas", depois de reconhecer haver desconfiança e "questões legítimas" na China tal como medos entre os europeus, acrescentando que a Europa está agora unida e pronta a cooperar com a China depois de anos a gerir crises e uma estagnação económica.

"O que vim dizer foi que a Europa está de volta", afirmou Macron no primeiro de 3 dias de visita oficial onde se acompanha por 50 empresários franceses. Paris registou, no ano passado, um défice de quase 25.000 milhões de euros nas trocas comerciais com Pequim.

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