Trump provoca indignação mundial

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De  Nelson Pereira
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Sucedem-se as reações internacionais de protesto e indignação, depois de Donald Trump ter chamado "países de merda" ao Haiti, El Salvador e nações africanas

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"É racista, Sr Presidente?", perguntaram os jornalistas ao presidente norte-americano Donald Trump na sexta-feira, após uma homenagem, na Casa Branca, ao líder do movimento pelos direitos civis Martin Luther King.

Sucedem-se as reações internacionais de protesto e indignação, depois de Trump ter chamado "países de merda" ao Haiti, El Salvador e nações africanas.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, pediu à Aliança Bolivariana para os Povos da América (Alba) que se solidarize com o Haiti e El Salvador.

"É importante que a Alba ratifique a sua solidariedade com os povos agredidos por Trump: Haiti, El Salvador, América Central", disse Maduro, numa reunião do conselho político da organização em Caracas.

Para o presidente venezuelano, "as expressões supremacistas, racistas e fascistas usadas ontem pelo presidente Donald Trump significam que o nosso povo não vale nada. Primeiro vem a palavra de desprezo, depois as ameaças e depois as ações."

Num comunicado oficial divulgado na sexta-feira, o governo do Haiti considerou racistas e inaceitáveis as declarações de Trump.

"O governo haitiano condena com a maior firmeza essas declarações desagradáveis e abjetas que, se provadas, serão inaceitáveis em todos os sentidos porque refletem uma visão simplista e racista completamente equivocada", frisou o executivo de Porto Príncipe.

O ex-primeiro-ministro do Haiti, Laurent Lamothe, escreveu no Twitter que o mundo "é hoje testemunha de um novo mínimo".

No mesmo dia, o governo de El Salvador enviou a Washington uma "nota de protesto" pelas declarações polémicas do presidente norte-americano que, segundo as autoridades locais, ofenderam "a dignidade de El Salvador e de outros países". O ministro dos Negócios Estrangeiros de El Salvador, Hugo Martinez, lembrou a contribuição dos salvadorenhos na reconstrução da cidade norte-americana de Nova Orleães depois do furacão Katrina, em 2005, e a colaboração do país em várias missões de paz.

O presidente salvadorenho Sánchez Cerén juntou a sua voz às condenações: "Enviámos uma carta formal de protesto ao governo dos Estados Unidos, destacando também o valor dos salvadorenhos e lembrando que compatriotas salvadorenhos trabalharam na reconstrução do Pentágono após os infelizes ataques terroristas de 2001."

"Se se confirmarem, estes comentários são escandalosos e vergonhosos por parte do presidente dos Estados Unidos. Lamento, mas a única palavra que se pode usar é racista", comentou entretanto em Genebra o porta-voz do alto comissário para Direitos Humanos da ONU, Rupert Colville.

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