Estudo publicado pela Nature Communications conclui que fogos florestais podem deitar por terra esforços do Brazil contra a deflorestação no "pulmão do planeta"
Os fogos florestais ligados a períodos de seca extrema na Amazónia ameaçam deitar por terra os esforços do Brazil para reduzir a deflorestação no "pulmão do planeta", principal contribuição do país na luta contra as alterações climáticas.
Um estudo internacional publicado pela revista científica Nature Communications revela que "apesar de se ter assistido a uma redução de 76% nas taxas de deflorestação" no período investigado - entre 2003 e 2015 -, "a incidência de incêndios aumentou 36% durante a seca de 2015, em relação aos 12 anos anteriores".
Nos períodos de seca, as emissões de gases de efeito estufa provocadas exclusivamente pelos fogos são equivalentes a mais de metade das causadas pela devastação de floresta primária.
O estudo conclui que, para proteger convenientemente a Amazónia, o governo brasileiro precisa de concentrar-se não apenas no combate à deflorestação, mas na promoção e implementação de políticas de prevenção e combate aos incêndios.
As investigações revelam também que, devido ao fenómeno da chamada "deflorestação seletiva", uma floresta tropical que era praticamente "à prova de fogo", torna-se pouco a pouco numa vegetação "inflamável".