Europeus investem em melhor mobilidade militar

Europeus investem em melhor mobilidade militar
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De  Isabel Marques da Silva com Reuters
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A Comissão Europeia anunciou, quarta-feira, um plano para permitir que o pessoal e equipamento militares sejam transportados mais rapidamente no espaço europeu, algo também visto como vital pela NATO no caso de um conflito com a Rússia. Tal passa por modernizar as infra-estruturas de transporte.

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A Comissão Europeia anunciou, quarta-feira, um plano para permitir que o pessoal e o equipamento militares sejam transportados mais rapidamente no espaço europeu, algo também visto como vital pela NATO, no caso de um conflito com a Rússia.

Tal passa por modernizar e construir infra-estruturas de transportes, tendo a comissária com esta pasta, Violeta Bulc, explicado, em conferência de imprensa, que "vamos garantir que os investimentos sejam feitos da maneira mais eficiente possível e que as nossas prioridades estejam alinhadas por forma a desenvolver infra-estruturas adequadas para toda a União Europeia. Claro que, no futuro, essa estratégia será alinhada com a estratégia da NATO".

Face à crescente ameaça russa, a região nordeste europeia deverá ser prioritária (Finlândia, Estónia, Lituânia, Letónia, Polónia).

Até ao verão, os 28 Estados-membros vão enviar listas de sugestões e só depois o executivo europeu anunciará quais os planos e as verbas a investir.

"Não deverá haver um investimento volumoso, mas é óbvio que, no futuro, terão de ser levadas em conta as necessidades militares quando se fizerem planos para construir estradas, ferrovias e pontes. Implicará custos adicionais, mas não vão ser construídas estradas exclusivas para militares", disse, à euronews, Sven Biscop, analista militar no Instituto Egmont, em Bruxelas.

A Comissão Europeia frisou que os benefícios devem ser, também, para os cidadãos e as empresas, que com melhores infra-estruturas poderão viajar com maior segurança e aumentar os seus negócios. respetivamente.

Os exercícios de guerra russos "Zapad", no flanco leste da NATO, no final do ano passado, despertaram preocupações em Bruxelas (UE) e Washington (EUA) de que poderiam acidentalmente provocar um conflito no leste europeu, mas a NATO é agora incapaz de transportar, rapidamente, tropas em massa no território europeu.

Regulamentos complexos nos 28 países, pontes e túneis muito estreitos ou fracos para suportarem o peso de equipamentos pesados ​e poucos subsídios para a transferências de tropas, incluindo norte-americanas, dificultam a tarefa da NATO, dizem os comandantes.

"Ao facilitar a mobilidade militar dentro da União Europeia, podemos ser mais eficazes na prevenção de crises, mais eficientes na implementação de nossas missões e mais rápidos a reagir quando surgem desafios", disse a chefe da diplomacia da União Europeia, Federica Mogherini, sobre o chamado Plano de Ação de Mobilidade Militar.

Depois de um programa-piloto, no ano passado, para identificar pontos fracos ao longo das rotas do Mar do Norte e do Mar Báltico, onde a Rússia realiza regularmente exercícios militares e construiu as suas defesas aéreas, a Comissão Europeia delineará, no ano que vem, melhores rotas em toda a Europa para o transporte militar.

A Comissão, que supervisiona o orçamento comum comunitário, também procurará simplificar os procedimentos alfandegários para munições e mercadorias perigosas e promover uma melhor cooperação entre as agências da União Europeia.

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