Palestinianios e israelitas trocam acusações sobre mortes de sexta-feira

Os funerais das 16 vítimas do exército israelita durante as manifestações de sexta-feira em Gaza foram pretexto para uma manifestação contra o estado hebraico e uma demonstração de força do Hamas, movimento que controla o território. As manifestações do primeiro dia da chamada "Marcha pelo retorno" juntaram dezenas de milhares de palestinianos em vários pontos da fronteira e foram as maiores dos últimos anos.
No Conselho de Segurança das Nações Unidas, o enviado da Autoridade Palestiniana apontou o dedo a Israel: "Estes manifestantes pacíficos não representavam qualquer ameaça a Israel nem aos soldados fortemente armados. No entanto, estes soldados de gatilho fácil não hesitaram em usar munições reais, gás lacrimogéneo e balas de borracha e dispararam indiscriminadamente sobre estes manifestantes não-violentos", disseRiyad Mansour. O secretário-geral da ONU, António Guterres, pede uma investigação ao que se passou.
Já o exército de Israel tem uma versão diferente dos acontecimentos e das intenções dos manifestantes: "O que vimos foi, claramente, um motim violento. A organização terrorista Hamas mandou pessoas para a fronteira entre Israel e Gaza para camuflarem as verdadeiras intenções terroristas. Mandaram mulheres e crianças como estratagema para encobrirem as verdadeiras intenções", disse a Major Keren Hajioff, porta-voz do Tsahal.
A "Marcha pelo retorno" é um protesto pelo direito ao retorno das famílias palestinianas às terras que foram delas e que estão agora em território israelita. Os organizadores pretendem que dure seis semanas, até ao dia 15 de maio. data em que se cumprem 70 anos sobre a fundação do Estado de Israel.