O fundador e líder da maior rede social do mundo admitiu que a sua organização não fez o suficiente para prevenir potenciais utilizações indevidas de dados.
O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, vai pedir desculpa na audiência do Congresso dos Estados Unidos pelos escândalos à volta da rede social, nomeadamente o caso Cambridge Analytica, no qual mais de 87 milhões de perfis foram usados para condicionar resultados eleitorais, como a interferência russa nas eleições americanas de 2016.
O líder da maior rede social do mundo adiantou que já estão a ser tomadas medidas, mas Congresso e Senado desconfiam da sua eficácia.
"Se não tomarmos cuidado com as redes sociais, as plataformas como o Facebook, e os erros que eles cometeram no passado, nenhum norte-americano terá mais privacidade", afirmou o senador democrata Bill Nelson.
Entretanto, o Congresso divulgou antecipadamente o depoimento de Mark Zuckerberg. Na sua mensagem, o CEO assume que a rede social não fez o suficiente para evitar diversos aspetos negativos. Entre estes realçou as notícias falsas, a inteferência externa em eleições e o acesso de aplicações a dados privados dos utilizadores.
Na sequência deste escândalo, outros órgãos nacionais e internacionais pediram esclarecimentos a Mark Zuckerberg para prestar esclarecimentos. Foi o caso do Parlamento Europeu e do Parlamento do Reino Unido. Nos dois casos, o convite foi recusado.
Na última semana, a Comissão Europeia afirmou ter tido indicações do Facebook de que os dados de mais de dois milhões de utilizadores da rede social a residir na União Europeia poderiam ter sido transmitidos de "forma inapropriada” à empresa Cambridge Analytica.
Em Portugal, o número de utilizadores afetados poderá rondar os 63 mil.