Merkel nos EUA à procura de convergência

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De  Nelson PereiraJona Källgren
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Esta sexta-feira, a chanceler alemã vai ser recebida em Washington por Donald Trump. Em pano de fundo, desacordos importantes sobre questões geopolíticas e económicas.

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O "Checkpoint Charlie", um dos postos militar onde as tropas norte-americanas guardavam Berlim Ocidental até à queda do muro de Berlim, testemunha de uma relação entre as duas nações que já foi mais íntima.

Esta sexta-feira, a chanceler vai ser recebida em Washington por Donald Trump, um ano depois de um primeiro encontro pouco caloroso. Antes de Trump, aliás, as coisas já não estavam fáceis: em 2013, Merkel ficou a saber que a admnistração Obama mantinha o seu telefone sob escuta, um programa de espionagem herdado da administração Bush e conduzido pela Agência Nacional de Segurança (NSA).

Merkel e Trump voltam a encontrar-se, desta vez com desacordos importantes sobre questões geopolíticas e económicas, em pano de fundo, explica Josef Braml, do Conselho Alemão para a Política Externa (DGAP):

“As diferenças são significativas. Não só sobre certas questões políticas - vivemos em planetas diferentes, temos diferentes visões de mundo. Ainda acreditamos na ordem liberal internacional baseada em regulamentos, enquanto Trump quer quebrar essa ordem internacional. E isto é um grande problema para uma potência comercial como a Alemanha.”

A notícia de novos impostos alfandegários sobre o aço e o alumínio planeados por Trump criou crispação na Alemanha. É esperado que Angela Merkel procure convencer o inquilino da Casa Branca a deixar a União Europeia fora das novas taxas.

O governo alemão está preocupado com o impacto que o protecionismo americano terá a nível mundial, diz Volker Treier, da Confederação Alemã das Câmaras de Indústria e Comércio:

“É quase irrelevante se estas taxas realmente entram ou não em vigor em maio. O maior problema é que esta política de ameaças pode influenciar outros países que poderão decidir fazer o mesmo. Esse seria o pior cenário, e é uma possibilidade", diz o economista.

Merkel enfrenta críticas em casa, por ter apoiado o recente ataque aéreo dos Estados Unidos, França e Reino Unido contra a Síria, depois de um relatório parlamentar ter concluido que estes bombardeamentos violaram o direito internacional.

Neste capítulo Berlim não está inteiramente alinhada com Washington: em janeiro, o governo alemão decidiu suspender a venda de armas a qualquer das partes envolvidas no conflito no Iémen, uma medida que atingiu principalmente a Arábia Saudita, o maior comprador de armamento alemão.

O analista do Conselho Alemão para a Política Externa tem uma sugestão para Merkel - propor a Trump um negócio no capítulo do armamento:

“Acho que temos que oferecer algo a Trump. Talvez a aquisição de armamento americano, o que nos tornaria dependentes da indústria de armas americana, o género de acordo que agradaria a Trump. Resta saber se Merkel estaria disposta a fazê-lo."

Segundo Jona Källgren, correspondente da Euronews em Berlim, "O encontro entre o homem mais poderoso do mundo e a mulher mais poderosa da Europa será seguido com apreensão em Berlim.

A esperança é que sejam encontrados interesses compartilhados e formas de compromisso, para que as relações entre a Alemanha e os Estados Unidos permaneçam estáveis no futuro próximo."

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