O investigador Cornelius Adebahr, do centro de estudos Carnegie Europe, considera que os europeus terão de ponderar bem se querem pôr em causa relação com os EUA para salvar o acordo nuclear com o Irão, considerando o futuro peso da sanções.
Poderiam os líderes europeus terem feito mais para evitar decisão dos EUA de abandonar o acordo nuclear com o Irão?
À euronews o investigador Cornelius Adebahr, do centro de estudos Carnegie Europe, respondeu que "não é que eles não tenham feito o suficiente. O presidente dos EUA parece ter tomado a decisão com grande convicção, baseada na sua análise, nos seus pontos de vista, sem quase levar em conta os esforços tentados pelos europeus".
Os signatários europeus são a França, a Alemanha e o Reino Unido, aliados próximos dos EUA. Será vão arriscar danificar a relação transatlântica?
"A questão vital é saber quão agressivos serão os EUA na implementação das sanções, que não vão ser implementadas já amanhã. Vai ser preciso semanas ou meses para que o quadro completo de sanções volte a estar em vigor. Isso fornece uma janela de oportunidade para os europeus dialogarem com os norte-americanos sobre até que ponto será possível manter o envolvimento europeu no acordo", explicou o analista político.
O Irão disse querer manter-se no acordo se tiver o apoio dos outros signatários que, além dos europeus, são a Rússia e a China. Mas será que há condições internas para manter essa decisão?
"A pressão interna vai aumentar no Irão. O presidente Rouhani está, de certa forma, de mãos atadas a este acordo, que defendeu durante a sua campanha de reeleição. Se o acordo for decretado como nulo, o presidente tem pouco para mostrar e seus opositores da linha dura, que vão dizer-lhe que sempre desconfiaram dos norte-americanos e que agora está provado que tinham razão", concluiu Cornelius Adebahr.