"É inacreditável o que uma pessoa tão nova é capaz de fazer"

Cartazes pedem mais ação: "É suficiente! Finalmente, é preciso conclusões"
Cartazes pedem mais ação: "É suficiente! Finalmente, é preciso conclusões" Direitos de autor REUTERS/Ralph Orlowski
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De  Francisco Marques com Reuters
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Os habitantes de Mainz estão incrédulos perante o confesso assassínio de Susanne F. de 14 anos, por um migrante iraquiano de 20 anos

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O assassinato de Susanna Maria Feldman, conhecida nas redes sociais apenas como Susanna F., está a chocar a Alemanha e a agravar as vozes contra o acolhimento de refugiados no país.

Na região de Mainz, onde ocorreu o crime, os habitantes revelam-se incrédulos pelo crime já confessado por um jovem migrante iraquiano, de 20 anos, a quem foi negado o pedido de asilo.

Um homem na casa dos cinquenta anos acha "horrível" crimes como estes "poderem acontecer".

"É pavoroso que um jovem de apenas 20 anos possa fazer algo assim. Eu também tenho uma filha. ela tem 30 anos. É inacreditável o que uma pessoa tão nova é capaz de fazer. Estou em choque. Isto foi muito, muito mau", acrescentou o homem.

Uma mulher, aproximadamente na mesma faixa etária, assume-se "muito afetada pelo que aconteceu a Susanna."

"Também tenho filhos e seria dramático se algo assim acontecesse à minha filha. Começo a perceber o crescente ódio aos estrangeiros, embora já existam suficientes pessoas a odiar na Alemanha", lamentou.

Uma outra alemã, mais velha, foi mais além e esboçou uma análise na perspetiva da comunidade de refugiados acolhida no país: "É mau para todos os refugiados, aqui na Alemanha, quando acontece algo deste género."

Nas ruas, surgiram protestos contra a política de refugiados seguida pelo Governo de Angela Merkel.

Há quem alegue que este crime não teria acontecido se a deportação tivesse sido imediata à recusa de asilo ou se o homem nunca tivesse sequer sido autorizado a entrar no país.

O partido conservador liderado pela Chanceler alemã prometeu, entretanto, restringir ainda mais as regras para os requerentes de asilo no país e acelerar os processos de deportação daqueles a quem for negado o pedido de asilo.

Ali Bashar, o iraquiano de vinte anos que confessou o assassinato da jovem Susanna F., chegou a Alemanha em 2015 e tornou-se conhecido das autoridades devido a diversos casos de violência.

O jovem migrante já havia sido suspeito de violação num caso envolvendo uma menina de 11 anos num centro de refugiados. A investigação foi inconclusiva.

O pedido de asilo de Ali Bashar foi rejeitado em dezembro de 2016, mas ele manteve-se na Alemanha e no início deste mês terá conseguido apanhar um avião em Frankfurt, na companhia de familiares, e regressou ao norte do Iraque, via Istambul, na Turquia.

Perante as suspeitas de violação e assassinato de Susanna F, Ali Bashar foi localizado e capturado pelas autoridades curdas iraquiana no norte do país.

O suspeito foi interrogado e extraditado no sábado para a Alemanha, onde voltou a ser interrogado e colocado sob custódia da justiça, a aguardar julgamento.

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