Grupo de Visegrado vai boicotar mini cimeira da UE sobre imigração

A crise migratória divide os europeus mais do que nunca, a poucos dias de duas cimeiras em Bruxelas.
A Hungria, República Checa, Eslováquia e Polónia - quatro países de leste do chamado Grupo de Visegrado - anunciaram que vão boicotar o encontro informal deste domingo, centrado na imigração, afastando a possibilidade de qualquer consenso antes da cimeira de chefes de Estado e de governo da próxima semana.
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, afirmou que "não vale a pena empurrar assuntos onde não se concorda, como as quotas de migrantes, porque o resultado não será cooperação, mas sempre divisões e conflito".
O chanceler austríaco, presente no encontro do Grupo de Visegrado, em Budapeste, e que vai assumir em julho a presidência rotativa da União Europeia, prometeu centrar-se na criação de uma "Europa que protege".
Sebastian Kurz afirmou que "a Frontex deve ser fortalecida não só em números e financiamento, como em termos do seu mandato. Deve poder atuar contra o tráfico humano, nomeadamente em países terceiros, impedindo navios de contrabando de sairem das costas em direção à Europa".
Convidado de honra em Budapeste, Kurz, que em 2017 formou um governo com a extrema-direita austríaca, recomendou à União Europeia o abandono de toda e qualquer ideia de quotas de refugiados.
O correspondente da euronews Daniel Bozsik, lembra que "o encontro de chefes do governo do Grupo de Visegrado com o chanceler austríaco acontece antes da mini cimeira europeia sobre migração de domingo, na qual participam 12 países, incluíndo a Áustria. Mas Orban deixou claro que os países do Grupo de Visegrado não estarão presentes e partilharão as suas ideias acerca da imigração na cimeira de chefes de Estado e de governo da próxima quinta-feira".