Países-membros da Organização para a Proibição de Armas Químicas validam proposta do Reino Unido que amplia poderes do organismo
A Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ) ganhou o direito de apontar os responsáveis pelo uso de armamento proíbido num ataque.
Com uma maioria de 82 votos a favor e 24 contra, os países-membros validaram a proposta do Reino Unido, alargando os poderes da OPAQ, que antes apenas podia confirmar ou desmentir a existência de um ataque químico.
O chefe da diplomacia britânica, Boris Johnson, diz que "houve recentemente uma série de ataques químicos na Síria, em Salisbury e noutros sítios. O tabu contra o uso destas armas está a cair por terra e agora a OPAQ [...] pode também apontar o dedo aos responsáveis".
Para o embaixador russo Alexander Shulgin, cujo país tentou bloquear a proposta britânica, "não há outro organismo internacional, para além do Conselho de Segurança [da ONU], que deve tratar destes assuntos, como a atribuição de responsabilidade, [...] o estabelecimento de sanções e etc".
Os novos poderes da organização ameaçam particularmente o regime sírio, apoiado pelo Kremlin e várias vezes acusado pela comunidade internacional de recorrer a armas químicas em ataques contra a população civil.