Uma Europa unida face aos desafios que tem pela frente, não esquecendo que os migrantes são pessoas que precisam de apoio, foram algumas das questões debatidas pelos primeiros-ministros português e espanhol, em Lisboa.
Depois da maratona em Bruxelas, como lhe chamou António Costa, os primeiros-ministros português e espanhol encontraram-se, pela primeira vez, em Lisboa.
Antes da Cimeira Ibérica que decorre, em Espanha, no próximo semestre, António Costa e Pedro Sánchez debateram questões Ibéricas mas também a crise migratória na Europa:
"A Europa tem de fazer um grande esforço para superar as divisões que a têm vindo a minar e onde o tema das migrações tem sido um fator de divisão claro. A única forma de superarmos essa divisão é, em primeiro lugar uma grande firmeza na defesa dos valores comuns da Europa, os valores que são o fundamento da Europa, o primeiro dos quais tem a ver com a dignidade da pessoa humana e começarmos por não esquecer que, antes de mais nada, os migrantes são pessoas humanas. Em segundo lugar um princípio de solidariedade. Solidariedade na defesa da nossa fronteira externa que é comum, solidariedade na partilha das responsabilidades de assegurar proteção internacional a quem dela carece, cientes de que não pode ser a Grécia, Itália, Malta ou a Espanha, porque estão mais próximo dos locais de entrada dos refugiados, a assumir, exclusivamente, uma responsabilidade que tem de ser dos 28 Estados-membros da União Europeia”, explicou, aos jornalistas o chefe do executivo português.
Para Pedro Sánchez o seu homólogo espanhol, a Europa pode superar a atual crise mas é preciso ação:
"O que aprecio, desde há muito tempo, em António Costa, e que nós também pusemos em cima da mesa no passado 28 e 29 de junho, em Bruxelas, foi uma atitude construtiva, leal à União Europeia. Isso não significa condescendência ou aceitação de tudo o que querem as instituições comunitárias, creio que a lealdade significa também dizer, claramente, as coisas. Nesse sentido, nós temos uma atitude muito construtiva, muito integradora, sobre o que tem de ser um projeto comum que precisa, agora, de ser reforçado. É verdade que há dinâmicas nacionais que, aparentemente, podem debilitá-la mas eu acredito que o projeto da União Europeia, apesar das suas dificuldades, da sua complexidade, é muito mais resiliente do que muitos desejariam. A solução não são os egoísmos nacionais, as respostas unilaterais, porque somos demasiado pequenos em relação aos desafios que temos pela frente e que são globais.