O navio recebeu autorização das autoridades maltesas depois de Portugal, a França, a Espanha,a Alemanha e o Luxemburgo acordarem receber os 141 imigrantes.
O navio Aquarius, fretado pela SOS Mediterrâneo e Médicos sem Fronteiras, atracou hoje no porto de Valeta, em Malta, após um acordo entre vários países da Europa para receber os imigrantes a bordo, num esforço concertado de resposta à crise de imigração para a Europa.
Depois da Itália e de Malta recusarem o desembarque do navio na semana passada, o navio recebeu autorização das autoridades maltesas depois de Portugal, a França, a Espanha,a Alemanha e o Luxemburgo acordarem receber os 141 imigrantes, dos quais 67 são menores e quase todos desacompanhados.
Apesar do acordo, a falta de um mecanismo regular e sustentável para lidar com o problema e evitar que as embarcações naveguem sem destino no mar com centenas de pessoas a bordo persiste. As organizações não governamentais que se têm dedicado ao resgate de migrantes reclamam a criação de um tal mecanismo.
Em entrevista à Euronews, o diretor da SOS Mediterrâneo Frédéric Penard comentou: "Há dois meses que estão barcos à deriva no Mediterrâneo durante dias ou mesmo meses à espera de negociações e de uma solução para este problema. Esta situação é inaceitável. Tem que ser definido um mecanismo mais regular e previsível. No fim de Junho, os estados-membros da União Europeia prometeram encontrar uma solução mas continuamos à espera."
O Alto Comissário da ONU para os Refugiados Filippo Grandi apelou também à União Europeia para que adopte uma política de asilo e aos estados-membros para que "não fujam à responsabilidade", declarando que "é errado, perigoso e imoral" deixar as embarcações a navegar sem destino à espera de autorização para o desembarque.
Os imigrantes a bordo do navio de resgate humanitário irão agora receber cuidados médicos.