EUA e China agravam "guerra comercial" enquanto se sentam à mesa

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De  Francisco Marques com Reuters, Xinhua
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Ministro-adjunto do Comércio da China reunia-se com o sub-secretário dos Negócios Estrangeiros do Tesouro americano ao mesmo tempo que Pequim anunciava uma queixa na OMC contra Washington

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China e Estados unidos agravaram esta quinta-feira a respetiva "guerra comercial", impondo mutuamente novas tarifas de 25 por cento em importações avaliadas respetivamente em quase 16 mil milhões de dólares (€14 mil milhões).

Desde o início de julho, as duas maiores economias do planeta já impuseram uma à outra impostos alfandegários a um conjunto de produtos avaliado em cerca de 100 milhões de dólares (mais de €85 mil milhões).

A nova lista de produtos taxados levou a China a apresentar uma queixa na Organização Mundial de Comércio (OMC), mas mesmo assim os Estados Unidos ponderam agravar ainda mais as tarifas, o que está a preocupar alguns empresários.

É o caso de Walter Weller. O vice-presidente da China Manufacturers Alliance é um confesso, e natural, admirador "da indústria chinesa dos pneus e do papel assumido por esta no mercado americano".

"Representa 40 por cento dos pneus vendidos nos Estados Unidos. É um grande número e não há outro mercado no mundo que possa satisfazer esta procura", garantiu Weller.

Para o vice-presidente executivo da Associação Americana da indústria do vestuário e calçado as maiores preocupações passam pela inflação provocada pela eventual dupla tributação.

"Alguns dos nossos membros estão agora a perceber que os fios e os tecidos que enviam para a China vão estar sujeitos a uma tarifa de 25 por cento e que depois os produtos finais que eles nos reenviam da China levam mais 25 por cento. São taxados duas vezes e isso não é bom", sublinha Stephen Lamar.

O agravar da "guerra comercial" entre Pequim e Washington acontece numa altura que as duas potências tentam negociar na capital americana umas tréguas no conflito.

O ministro-adjunto do Comércio Wang Shouwen esteve esta quinta-feira no edifício do Departamento do Tesouro americano para uma reunião com o respetivo sub-secretário americano para os negócios estrangeiros, David Malpass.

Ao mesmo tempo o Ministério do Comércio chinês anunciava a queixa apresentada na OMC. "A China opõe-se firmemente às ações dos Estados Unidos e tem de tomar de novo medidas defensivas necessárias", explicou o governo de Pequim em comunicado.

Donald Trump tem vindo desde há algum tempo a insistir numa política protecionista e na pressão sobre o maior rival económico, à espera que a China altere algumas das suas políticas comerciais e decida comprar mais produtos americanos.

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