Macron perde ministro da Ecologia

Aos sorrisos e expetativas de há pouco mais de um ano, segue-se o anúncio que está a abalar o governo francês: sem alertar ninguém, nem o presidente Emmanuel Macron, o ministro da Transição Ecológica, Nicolas Hulot, anunciou emocionado a demissão em plena entrevista na rádio France Inter.
"Vou tomar a decisão mais difícil da minha vida. Não quero continuar a mentir-me a mim mesmo. Não quero alimentar a ilusão de que a minha presença no governo significa estar à altura dos desafios. E, por isso, tomo a decisão de abandonar o governo", afirmou Hulot.
Foi tão polémica quanto surpreendente a nomeação de Hulot para este cargo, sendo este homem - jornalista, escritor, ativista - conhecido por contestar o poder. Mas o bloqueio que encontrou em vários dossiês, como nos objetivos de redução da energia nuclear, quebrou o encanto.
O governo Macron depara-se assim com uma saída profundamente simbólica, numa altura em que também se fala no afastamento da ministra da Cultura, Françoise Nyssen, envolvida num escândalo de fraude imobiliária.