Diretor do Museu Nacional: "Dano é irreparável"

Diretor do Museu Nacional: "Dano é irreparável"
De  Antonio Oliveira E Silva com Agência Brasil e Lusa
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Um incêndio de grandes dimensões destruiu o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, o mais antigo do país e dos mais importantes da América Latina. Perde-se parte importante do pratrimónio histórico do Brasil.

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No Brasil, um incêndio de grandes proporções destruiu o Palácio de São Cristóvão, do Museu Nacional, considerado como o mais antigo do país, situado na Quinta da Boa Vista, zona norte do Rio de Janeiro.

De acordo com as autoridades, o incêndio começou por volta das 19h30 locais de domingo, tendo sido dado como controlado às primeiras horas da manhã de segunda-feira.

No entanto, havia ainda pequenos reacendimentos em várias partes do Palácio. No combate à chamas estiveram bombeiros de 20 quartéis do Rio de Janeiro.

Parte do interior do Palácio desabou. O combate às chamas ficou prejudicado pela falta de água nas bocas de incêndio.

Até ao momento, pouco se sabe sobre as causas do incêndio. As autoridades deram início a um inquérito para saber se é um ato criminoso ou um acidente. A quase totalidade do acervo ficou destruída.

"Um dano irreparável"

João Carlos Nara, diretor de Preservação do Museu, disse à Agência Brasil que as chamas deixaram um "dano irreparável" no acervo e em anos de investigação feita no Brasil.

"Infelizmente, a reserva técnica, que esperávamos que seria preservada, também foi atingida. Teremos de esperar o fim do trabalho dos bombeiros para verificar realmente a dimensão de tudo," explicou.

João Carlos Nara explicou também que a administração do Museu Nacional esperava pelo fim do período eleitoral para começar com as reformas no Palácio de São Cristóvão.

O diretor de Preservação do Museu Nacional lamentou ainda que fossem gastos tantos milhões noutros projetos, enquanto a instituição tinha ficado esquecida durante tantos anos.

Uma reforma muito aguardada

É verdade que o Museu Nacional esperava, há anos, por uma merecida reforma estrutural, tanto nas exposições como na estrutura do edifício.

Em junho deste ano, o Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (BNDES) assinou um contrato de financiamento no valor de quase cinco milhões de euros requalificar o Museu.

O objetivo é a recuperação física de um edifício histórico e a a recuperação de acervos, de espaços de exposição e a promoção de políticas educacionais vinculadas à instituição.

Há quase 40 anos, dia 8 de julho de 1978, outro incêndio de grandes dimensões, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, esteve na origem do desaparecimento de importantes quadros de artistas como Pablo Picasso, Salvador Dali ou Joaquim Torres-García.

Um museu História de um país

  • Criado em 1818 por Dom João VI de Portugal, o Palácio de São Cristóvão celebrou 200 anos este ano

  • Foi residência da família real portuguesa rei da família imperial brasileira.

  • O Museu Nacional é a instituição científica mais antiga do Brasil e um dos museus científicos de referência no mundo.

  • A instituição é gerida pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.

  • Museu Nacional contava com 20 milhões de objetos, sendo considerado como o quinto maior do mundo.

  • Entre a primeira coleção de múmias egípcias das Américas, o meteorito do Bendegó, o maior encontrado no Brasil, registos históricos e obras de arte,

  • Instalado no Campo de Santana, o Museu foi transferido para o Palácio de São Cristóvão, monumento histórico pelo Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional do Brasil.

  • A Quinta da Boa Vista é um dos mais antigos parques urbanos mais importantes do Rio de Janeiro.

Editor de vídeo • Antonio Oliveira E Silva

Outras fontes • A Folha de São Paulo

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