A Euronews foi ver as condições deploráveis que se vivem no campo de refugiados de Moria, em Lesbos.
O campo de refugiados de Moria, na ilha de Lesbos, na Grécia, tem capacidade para 3200 pessoas, mas neste momento alberga entre 8000 e 9000.
Ao todo, segundo o governo grego, na ilha de vivem cerca de 11 mil requerentes de asilo. Com a capacidade do campo lotada, são muitos os que montaram tendas do lado de fora. Os mais vulneráveis continuam a ser transferidos para o continente, mas o ritmo de chegadas também não para.
"As pessoas têm de ficar horas na fila para conseguir comida, para qualquer refeição. Por exemplo, para o pequeno-almoço, chegam à fila às duas ou três da manhã e ficam à espera até às sete", conta Najtaba Salehi, refugiado afegão.
A atual política da União Europeia obriga as autoridades gregas a manter as pessoas aqui no campo. O sentimento de insegurança aumenta: "Viemos para aqui para estarmos numa situação segura. Infelizmente, não estamos seguros, estamos numa situação muito má. Todos os dias, todas as noites, há lutas e há pessoas a serem mortas. Não queremos ficar aqui. Sobretudo as famílias não querem ficar, querem sair o mais depressa possível, porque o tempo está a ficar mais frio", diz outro refugiado afegão, Mohammad Hasher Mirzad.
Tanto os migrantes aqui retidos como os habitantes da ilha de Lesbos concordam numa coisa: Esta situação não pode durar e a União Europeia tem de fazer alguma coisa.
"Repetidos incidentes de violência, sobrelotação, condições sanitárias chocantes. É Moria, para muitos o pior campo de refugiados do mundo. Muitos descrevem-no como uma prisão. O inferno na terra ou a nova Guantánamo", como descreve o enviado especial da euronews a Lesbos, Apostolos Staikos.