Dois em cada três gregos são favoráveis à UE, diz estudo agora publicado pelo centro de reflexão Dianeosis.
A maioria dos gregos parece ter uma boa opinião sobre a União Europeia. É o que revela uma sondagem recente do grupo de reflexão local Dianeosis. No entanto, alguns inquiridos salientam que a adesão do país à UE trouxe mais benefícios para o bloco do que para a própria Grécia.
"Os dados dizem que a maioria dos gregos - com algumas flutuações durante o período do resgate financeiro - tem uma opinião positiva sobre a União Europeia. Atualmente, dois em cada três são a favor da UE", explica Fay Makantasi, diretora de investigação da Dianeosis.
A União Europeia é cada vez mais aceite entre os gregos e o fosso entre os que são a favor e os que são contra aumentou entre 2015 e 2016. Porquê?
Manos Papazoglou, professor assistente de Política e Relações Internacionais na Universidade do Peloponeso, dá uma resposta: "Existe uma grande aceitação da UE e, especialmente, dos benefícios que recebemos. Isto é uma consolação depois do grande período de crise que atravessámos.
Na Grécia, o euroceticismo não é tão grande como noutros países. É muito menor e centra-se principalmente em melhores resultados políticos dentro da UE.
O principal problema na Grécia é a falta de confiança nas instituições políticas e nos líderes políticos, o que gera uma procura de mais políticas no âmbito da UE, como a promoção da saúde pública, do ambiente e da economia", diz.
A maioria dos gregos não parece confiar tanto nas instituições nacionais como nas da UE: "A maior parte dos gregos parece estar mais descontente com o seu sistema democrático do que os cidadãos de outros países da UE. Por exemplo, 4 em cada 10 gregos com idades compreendidas entre os 25 e os 39 anos pensam que não temos uma democracia forte no nosso país", diz Fay Makantasi.
Cerca de 36% dos gregos acreditam que a UE ainda existirá na forma atual dentro de 10 anos. 37% acreditam, pelo contrário, que alguns países abandonarão o bloco. Mais de 10% dizem que o bloco deixará de existir.
"Vivemos 15 anos consecutivos de crise. Zona Euro, migração, Brexit, pandemia, recessão, todas estas coisas. A UE resistiu a tudo isso. Esta mensagem foi maioritariamente transmitida aos cidadãos, que estão convencidos de que a União Europeia está aqui e continuará a estar, com as suas dificuldades e limitações. Assim, a questão principal é: tendo em conta que temos esta Europa, como é que a vamos mudar?", conclui Manos Papazoglou.