Salvador Sobral: "No futebol jogo à defesa, não na vida"

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De  Ricardo Figueira
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A euronews falou em exclusivo com o cantor português, vencedor da edição de 2017 do Festival da Eurovisão, por ocasião do duplo concerto em Madrid.

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Estamos no Teatro Nuevo Apolo, um dos palcos mais prestigiosos de Madrid, que reservou duas noites de casa cheia e aplausos de pé para Salvador Sobral.

Foi a vitória na Eurovisão em 2017, com "Amar pelos dois", que o tornou conhecido, mas é a sensibilidade na voz, o talento e o humor que prendem o público.

É uma nova etapa na ainda jovem carreira. Para trás, fica a Eurovisão, os meses no hospital e o transplante cardíaco. Nova vida, novo visual, agora de cabelo curto: "Eu sinto isso. Agora, sou diferente. Há um virar de página, associo um pouco o cabelo ao passado. De repente, agora, sinto-me mais fresco e mais leve", diz a respeito do novo visual.

Salvador recebeu a euronews entre os dois concertos.

Entrevista

Ricardo Figueira, euronews: Está aqui em Espanha, um país que lhe é muito familiar, onde já viveu. Sinto que há um carinho enorme do público espanhol em relação a si. Como reage a isso?

Salvador Sobral: Eu gosto muito, até porque também me sinto um pouco espanhol. Também gosto muito deles. É bom sentir que é recíproco. Gosto de todas as regiões de Espanha, cada uma tem coisas diferentes de que gosto.

Esta digressão passa por várias cidades espanholas, depois tem algumas datas em Portugal e concertos na Alemanha, Polónia e Suíça. Há a possibilidade de vir a tocar em mais países, nomeadamente França ou Itália?

Quero muito. Sobretudo França. Tirando a América Latina, é o sítio onde ainda não toquei e mais gostaria de tocar.

Fotos: EPA/J.P.Gandul/LUSA

Salvador no Olympia?

É um sonho. Mas sou um pessimista moderado, prefiro pensar que as coisas não vão acontecer.

Para despachar já este assunto, porque sei que não gosta muito de falar dele: Como vai a saúde, a recuperação do transplante?

Isto é um caminho, não é uma coisa que fica curada e pronto. Mas está tudo a correr bem, felizmente. Posso jogar futebol e fazer coisas que não podia fazer há muito tempo.

Tem marcado golos?

_Alguns, mas prefiro jogar à defesa. Só no futebol, não na vida.
_

Novo disco

Do novo álbum, o segundo de originais, conhecemos já algumas canções. "Mano a mano", apresentada no último Festival da Eurovisão, é uma delas. Tem letra de Maria do Rosário Pedreira e música de Júlio Resende - o pianista e compositor que é uma peça fundamental na banda de Salvador Sobral. O disco vai sair lá para o fim do ano.

Outro dos novos temas, "Cerca del Mar", tem também um videoclip:

"Não gosto muito de gravar discos, porque eu gosto é disto. Do vivo, do que acontece ali no palco. O estúdio deixa-me um bocadinho "agoviado" (sobrecarregado), como dizem os espanhóis. Mas tem de ser. É um cartão-de-visita para os promotores, para as produtoras, temos de vender discos. Por isso, estou a abraçar este espírito e vamos fazer o disco em novembro", conta o cantor a respeito do novo trabalho.

Além do humor, o público conhece já também a espontaneidade de Sobral, o lado inventivo. Da boca, faz um trompete. Talvez um dia retome as lições e possa cantar e tocar trompete, como o ídolo Chet Baker, que cita como uma das maiores influências. A par, naturalmente, da irmã Luísa (que compôs para ele "Amar pelos dois"), com quem continua uma colaboração fusional - ela escreveu uma canção para o novo álbum de Salvador e ele escreveu para o novo álbum dela.

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Edição de imagem: Eric Chevillard

Agradecimento especial: Daniela Santiago e Hernán Miller (RTP)

Nome do jornalista • Ricardo Figueira

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