Rússia acusa formalmente marinheiros ucranianos

Novo episódio na escalada de tensões entre a Ucrânia e a Rússia. Segundo a Radio Free Europe e a agência russa Tass, que citam um advogado de um dos acusados, a totalidade dos 24 membros da marinha ucraniana que foram interceptados a 25 de novembro por forças especiais russas no estreito de Querche, foram formalmente acusados de "atravessar ilegalmente a fronteira".
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, afirmou que "a Rússia deve libertar os marinheiros e embarcações ucranianas e deve permitir a liberdade de navegação, bem como um acesso sem obstáculos aos portos ucranianos no mar de Azov. Os navios ucranianos, sejam militares ou civis, têm o direito de navegar no estreito de Querche e no mar de Azov".
Segundo o presidente ucraniano Petro Poroshenko o Kremlin, que anunciou a instalação de novas baterias de mísseis antiaéreos, pretende criar um corredor entre a Rússia e a Crimeia, anexada em 2014.
Numa intervenção na rádio, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que "é uma declaração completamente absurda e uma nova tentativa para gerar tensões que, infelizmente, se deverá renovar com a aproximação das eleições presidenciais na Ucrânia". Peskov acrescentou que a "Rússia nunca invadiu nada, nem criou corredores em lado nenhum".
Dois portos ucranianos no mar de Azov, Berdiansk e Marioupol, estão de facto bloqueados pela Rússia: nem os navios que aí se encontram podem sair da área, nem outros podem aceder aos portos em questão.