Beatificação num país muçulmano

Dezanove religiosos católicos, entre eles os sete monges de Tibhirin, assassinados na Argélia durante a guerra civil na década de 90, foram beatificados no sábado em Oran, na primeira cerimónia do género realizada num país muçulmano.
Sob fortes medidas de segurança, a missa de beatificação, o primeiro passo para se tornar santo, foi conduzida pelo cardeal Angelo Becciu, perfeito da Congreção da Causa dos Santos na igreja de Santa Cruz.
Jean-Pierre Schumacher foi um dos monges que escaparam ao massacre. "Não esqueceremos tantos argelinos que deram as suas vidas também pela paz e que não concordam com a violência. Eles são verdadeiros martires", disse.
"Para nós eles são martires, como todos os outros martires, 250 mil argelinos que morreram, para nós são martires, a única diferença é a religião, alguns são muçulmanos outros são cristãos... mas é exatamente a mesma coisa", refere uma professora de islamismo.
Na cerimónia compareceram cerca de 1200 pessoas entre peregrinos, amigos e familiares das vítimas e imãs.