Mortos e suspeita de fraude mancham eleições controversas

Forças de segurança estiveram muito ativas durante eleições do Bangladesh
Forças de segurança estiveram muito ativas durante eleições do Bangladesh Direitos de autor REUTERS/Mohammad Ponir Hossain
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De  Francisco Marques com Reuters
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Oposição acusa o partido do governo de manipulação de votos e as autoridades de proteção à continuidade da primeira-ministra Sheikh Hasina

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Pelo menos mais quatro mortos este domingo e a suspeita de manipulação de votos estão a manchar as eleições legislativas no Bangladesh.

As mesas de voto fecharam às 16 horas locais, eram 10 horas da manhã em Lisboa.

Os resultados são esperados ao final do dia, com uma das últimas sondagens a colocar a primeira-ministra, Sheikh Hasina, de 71 anos, na frente da corrida.

A Comissão eleitoral do Bangladesh está contudo a investigar denúncias de manipulação de votos oriundas de vários pontos do país.

A confirmar-se a fraude, "as punições previstas na lei serão aplicadas", garantiu à Reuters um porta-voz da comissão eleitoral.

As vítimas mortais resultaram de confrontos entre opositores e apoiantes do governo de Hasina, mas também da ação repressiva da polícia.

No balanço total da última semana, em incidentes ligados a estas eleições, o número de mortos sobe para pelo menos 12.

O maior partido da oposição, o Partido Nacional do Bangladesh (BNP, na sigla inglesa), acusa as autoridades de proteção do partido no governo, a Liga Popular do Bangladesh (ou Liga Awami).

Desde 24 de dezembro, as autoridades do país mobilizaram mais de 600 mil soldados do Exército, da Marinha e da Guarda Nacional, segundo a Comissão Eleitoral.

Vários partidos da oposição alegam serem estas as eleições com maior repressão nos 47 anos de independência do Bangladesh, denunciando a prisão de mais de 8200 opositores da primeira-ministra e agressões a mais de 12 mil.

Mais de 100 milhões de eleitores são chamados a eleger um novo governo. A oposição uniu-se e apresentou Kamal Hossain, 82 anos, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, para enfrentar a favorita Sheikh Hasina.

Estas 11.ª eleições legislativas desde que o Bangladesh se tornou independente do Paquistão, em 1971, podem dar a Hasina um quarto mandato de cinco anos, e o terceiro consecutivo desde 2008: um recorde de longividade nacional entre os chefes de Governo.

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